CHOCOLATE DISSOLVE OU DERRETE NA BOCA ?
Por: Rogério R.
25 de Março de 2018

CHOCOLATE DISSOLVE OU DERRETE NA BOCA ?

Bioquímica para o ENEM

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A utilização de chocolate pelos humanos data do período pré-clássico (de 900 a.C até 250 d.C). Usando a técnica de HPLC (cromatografia líquida de alta resolução, ou, em inglês, High Performance Liquid Chromatography), os cientistas identificaram resíduos de cacau em recipientes de cerâmica maia, utilizados na preparação de alimentos e datados de 600 a.C.

Numerosas peças de cerâmica e murais maias exibem hieróglifos representando a oferta de chocolate a governantes e deuses. Isto não é surpreendente se considerarmos que a designação latina para cacaueiro, Theobromacacao, significa ‘alimento dos deuses.

Quando, no século XVI, os conquistadores espanhóis introduziram o chocolate na Europa, a versão doce tornou-se um alimento de luxo em todo o continente. Em 1847, Joseph Storrs Fry comercializou, em Inglaterra, as primeiras barras de chocolate, seguido rapidamente pelos irmãos Cadbury.

Desde então, o chocolate é produzido cotidianamente; no entanto, poucos conhecem a forma como afeta o nosso corpo. A comunicação social dá-nos informação, embora, por vezes, confusa, uma vez que alterna entre uma visão condenadora do chocolate, como trazendo grandes riscos para a saúde e uma outra visão em que exalta os seus benefícios.

Afinal, comer uma pequena dose por dia é bom ou é mau ?

O chocolate induz uma sensação de prazer que pode ser explicada pelas suas propriedades físicas.
O Professor John Harwood e os seus colegas da Universidade de Cardiff acreditam que o elevado conteúdo de estearatos da manteiga de cacau, um ingrediente essencial do chocolate, é responsável pela forma como se derrete e pela sua estabilidade.
A manteiga de cacau contém entre 30% e 37% de estearatos na sua composição lipídica.

Como consequência, permanece sólida à temperatura ambiente, mas quando consumida, o seu conteúdo em gordura absorve o calor da boca e derrete à temperatura corporal, produzindo o efeito derrete-se na boca.

A feniletilalanina, que promove sentimentos de atração, excitação, tonturas e apreensão, também foi identificada no chocolate, mas, uma vez mais, a sua baixa concentração pode ser insuficiente para produzir os efeitos tipicamente associados a este composto.

A teobromina – um estimulante fraco encontra-do no chocolate – juntamente com outros compostos químicos, tais como a cafeína, pode ser responsável pela sensação muito característica que se verifica ao comer chocolate.
Cientistas do Instituto de Neurociências de San Diego sugerem que o chocolate contém substâncias farmacologicamente ativas que produzem um efeito tipo marijuana no cérebro, como a anandamida: um neurotransmissor canabinóide (Di Tomaso et al., 1996).

O chocolate contém também N-oleoleta-nolamina e N-linoleoletanolamina, que inibem a degradação da anandamida, prolongando os seus efeitos. Sendo assim, os elevados níveis do neurotransmissor podem intensificar as propriedades sensoriais do chocolate (textura e odor), essenciais para induzir o desejo.

A ciência consegue explicar as várias características do chocolate que contribuem para a sua popularidade, mas ainda se discute como ocorrerão os seus efeitos pós-consumo. Embora a sua comercialização como produto para a saúde seja pouco provável, comer, com moderação, as variedades mais escuras pode ser benéfico.

Mas uma coisa é certa: tanto do ponto de vista científico quanto sensorial, nada se compara ao chocolate.
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Rogério R.
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Rogério R.
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Graduação: Engenharia Química (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS))
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