Lucros e Perdas — L. von Mises – Resumo
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Por: Samuel S.
24 de Agosto de 2020

Lucros e Perdas — L. von Mises – Resumo

Economia

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Lucros e Perdas—L. von Mises – Resumo

Prefácio
 Mises nasceu na Áustria, um país que sofria muito em sua época por causa de problemas econômicos. Foi na Universidade de Viena em 1903 que começou a se interessar por econômica quando conheceu o livro de Carl Menger "Princípios da Economia". Seu primeiro livro foi A Teoria da Moeda e dos Meios Fiduciários. Ele mostrou que, diferente do que os governos da época faziam, é errado o governo tentar ditar o valor do dinheiro. O valor do dinheiro diminuiria, fazendo apenas aqueles que gastam o dinheiro primeiro, o próprio governo, lucrar com esse processo, ao preço do valor do dinheiro dos últimos que o recebem, ou seja, os mais pobres. Em "Cálculo Econômico em uma Comunidade Socialista" ele mostra que sem mercado as pessoas não podem revelar suas preferências temporais. Com isso, mesmo que os planejadores centrais tenham boas intenções, eles não conseguirão suprir as necessidades das pessoas.
 Por mais que Mises fosse uma das grandes mentes do século XX, muitas pessoas não o reconheciam, em parte por ser judeu e em parte por promover ideias contra o controle estatal. Uma ideia que ele propôs e as pessoas não gostavam, por exemplo, era que o desemprego não diminuiria até que os vendedores aceitassem preços mais baixo e os trabalhadores aceitassem salários mais baixos.
 Outros dois livros importantes foram Burocracia, que mostrava o quando a falta de um livre mercado impõe uma burocracia que, ou é muito lenta, ou produz corrupção. "Governo Onipotente" mostra como o nazismo e o comunismo tinham coisas em comum, incluindo a violência e o controle econômico. Uma ideia propagada por ele nessa época era que na democracia, diferente do livre mercado, apenas a opinião da maioria recebe algum valor. Enquanto pessoas preferem tomar whisky e outras preferem bebidas saudáveis, num regime democrático só existiria whisky, pois é o que a maioria prefere. Mises morreu em 1973 com 90 anos.
 Uma empresa lucrativa é aquela que gera valor aos outros, porém pessoas dizem que "lucrar" não é ético. Ora, então o ético seria a pobreza? Não criar valor? Mesmo se os mais ricos fossem as pessoas mais morais, elas não teriam a informação para servir melhor as pessoas por causa disso, isso ocorre apenas no regime de livre mercado. Porém, o lucro permite a virtude, um exemplo é a defesa das baleias, que só foi possível depois que lucro suficiente foi acumulado a ponto de conseguirmos desenvolver a tecnologia do uso do petróleo. Não é destruindo o mercado que vai se destruir o vício, pelo contrário, esse vício será mais pontual pois estará associado com as decisões dos planejadores, que sem dúvida sofrem de libidus domminandi.
 Lucro não é só a maneira humana quanto a informacional única eficiente de se estimular as pessoas a produzirem. Nessa perspectiva, o papel do empreendedor é lidar com as mudanças, e a recompensa por fazer isso com sucesso são os lucros. Capital não gera lucro, o que gerá sãos as ideias e as boas decisões. Diferente do que os marxistas dizem. Eles também dizem que o certo, ético, e lucrativo é tirar daqueles que lucram mais para dar aqueles que lucram menos. Isso é o pior que pode acontecer aos pobres pois aquele que lucra mais o faz justamente por servir melhor a maioria das pessoas. Tirar dinheiro desse bom investidor e dar para aqueles que pouco produzem é o mesmo que roubar dos pobres. Outros acreditam que com informação suficiente seria possível o máximo de lucro. Se fosse possível prever totalmente o futuro, entraríamos no que Mises chamava de economia uniformemente circular. Lucro é uma categoria praxiologia, e sendo assim, não permite qualquer analise quantitativa. Isso foge do que economistas keynesianos prega, mas é por isso que eles sempre estão errados. Se é praxiologia, então é possível fazer dedução logica utilizando-a. Vamos a ela: Dado que os socialistas afirmam que a abolição dos lucros iria melhorar o bem-estar material dos trabalhadores e de todos os outros não-empresários, a discussão se desloca para os meios e a pergunta é se estes são adequados ou não. Assim, a questão cai no campo da investigação cientifica. Nesse sentido, a ciência economia pode esclarecer o assunto. A proposta da extinção dos lucros exige que os produtos sejam vendidos a preços que não excedam os custos de produção. Tal decreto equivale a uma regulação do preço máximo e, consequentemente, e se for adotado isso implica em um sistema de racionamento. Empresários num tal sistema não ficam mais sob o mecanismo de lucros e perdas. Como consequência, a acumulação de capital pararia. Nenhum novo capital estaria disponível para novos ramos de produção e para a alocação de capitais nos lugares onde a demanda aumenta. Sob tal esquema da abolição dos lucros, portanto, a inovação cesária juntamente com a alocação eficiente de capital. Ou seja, tal como os socialistas propõe, tirar o dinheiro dos outros para centralizar seu investimento no estado, vai mudar a preferencia temporal das pessoas, e assim nunca poderá ser acertado exatamente a necessidade das pessoas, praxiologicamente provado.

CAPÍTULO 1 – A NATUREZA ECONÔMICA DOS LUCROS E DAS PERDAS
 Só existe lucro se não houver a capacidade de antecipar corretamente o estado futuro do mercado. Empresários, então, não apenas experimentos novos métodos tecnologias, mas selecionam entre uma multiplicidade de métodos, aquele que vai fornecer ao publico o que lhes mais interessa. No capitalismo, quando existe alguma matéria prima, os empresários automaticamente irão se adaptar ao mercado e fornecer as pessoas o que elas querem, isso não ocorre no socialismo pois eles não tem a capacidade de saber o que as pessoas querem, pois não existem preços para refletir essa demanda. Essa burocracia automática ao mercado é a única solução quando ele não existe. Democracia, ou seja, o valor apenas da opinião da maioria, não tem a capacidade informacional que o mercado tem. Um resmungão com apelo ditatorial pode reclamar que o mercado não está fornecendo as coisas de o jeito certo, com a quantidade certa. Bem, porque este mesmo não teve coragem de entrar no mercado? Se a desculpa para isso são os monopólios, a culpa deles existirem não é dos empresários que tiveram a capacidade de fornecer os serviços melhor que os outros, mas sim aqueles que não conseguiram ser concorrência a estes. Qualquer financiamento proposto pelas pessoas para determinadas empresas em função do poder da violência estatal não é nada diferente de uma demanda ditatorial. O mercado não faz juízo de valor, ele vende pois as pessoas preferem determinadas coisas em detrimento de outras. É isso que gera o lucro, e não a pré-existencia de capital.
 A cadeia produtiva é prejudicada quando há ação estatal a ponto de mudar, por exemplo, os juros de determinado produto. Se exste vier a custar 2x, então o lucro será dividido por 2, ou seja, essa imposição estatal, e não do mercado, fez aquele produtor deixar de investir em mais produtos que seriam comprados por outros, prejudicando a economia. Lucro é uma categoria praxiológica, independe de quantitatividade. Por não levar isso em conta algumas pessoas associam a questão do "quanto" é ético alguém ganhar. O problema é que essa questão de legitimidade é sempre contingente, depende de qual regimento legal a pessoa está se baseando, e, pelo menos na época de Mises, nunca levava em conta uma questão perene, como a ética argumentativa por exemplo. Tanto é que o próprio Mises assume que, tal qual o conceito de calvice, as palavras para definir ética não são logicamente estruturadas para serem irrefutadas, condição que o Hoppe mostrou ser errada.

CAPÍTULO 2 - A CONDENAÇÃO DOS LUCROS
 Mises, ao fazer a analise se o lucro é ou não ético, cita que como não existe uma ética logicamente defensável,, e assim absoluta, essa era uma discussão por ventura inútil. Porém, na visão de Mises, se algo assim existisse seria a certa a ser analisada, e foi o que Hoppe provou posteriormente. Não levando misso em conta, os fins últimos dos indivíduos são escolhidos pelos juízos de valor dos indivíduos. Podemos considerar por hora então a opção marxista, que é dar todo o lucro soa trabalhadores. Ao fazer isso ainda teríamos de notar que dar os lucros aos empregados resultaria na rigidez do estado de produção atingindo, o  que impediria qualquer ajuste, qualquer melhorando e qualquer progresso. Transformar os trabalhadores em empresários, o que faria estes não se preocuparem com a supremacia do publico comprador, apenas pessoas que lidariam com as questões empresárias da forma que lhes desse menos problema. São esses empregados que, na verdade, mais se beneficiam com a existência de empresários. Eles, por sua condição intelectual inferior, não teriam a capacidade de servir tão bem as pessoas, mas devido a competência desses empresários (que buscam apenas os lucros) as pessoas humildes podem ter vidas com bastante conforto e tecnologia. Os países onde há mais pobres são também aqueles que há menos bilionários. Vemos assim a importância desse tipo de profissional, elemento que Lenin não acreditava ter importância. Em seus textos, Lenin dizia que esse tipo de problema financeiro já foi bem explorado e resolvido pelo capitalismo, e que em sua época, qualquer homem que pudesse pegar em armas e soubesse o básico da matemática poderia fazer o trabalho de qualquer empresário.
 A igualdade que muitos pregam sempre leva em conta que o arranjo econômico vai ficar melhor depois que todos tiverem a mesma quantidade de bens, nesse ponto quem acredita nisso mostra a falta de conhecimento em economia por pensar que ela é algo estático, conhecimento talvez atribuído ao cientificismo de nossa era, que acredita que todo conhecimento pode ser dado através de equações. Devido a economia ser uma categoria praxiológica estas se tornam inúteis.
 A existência desse tipo de controle e estruição da economia acaba por trazer a tona o pior das pessoas, acreditam em qualquer promessa de despostas que dizem que vão melhorar sua vida através do controle econômico. Essa foi a história da economia alemã na época de Hitler e se repetiu em outros países. Outros citam que é o capitalismo que gera pobrezas como a que ocorria na China e Índia. Acontece que toda a pobreza desses países é dada única e exclusivamente por má gerencia estatal. O fato deses países terem alguma tecnologia e conforto se dá devido a ação de empresários de outros países, nestes que tiveram um pouco mais de capacidade de empreender, e assim levar tecnologia, principalmente medica para esses países. Levando em conta que a cultura e pobreza nesses países continua a mesma independente do que os empresários podem fazer a curto prazo, as pessoas continuaram tendo a mesma quantidade de filhos, diminuindo assim a riqueza per capita.
 Ao tratar da moralidade do lucro, Mises mostra que a opinião publica normalmente da valora o trabalho braçal, ou mesmo daqueles que muito trabalham e ganham pouco. Este "homem médio" tende a achar que os empresários são capitalistas malvados. Não percebem que são justamente esses que geram a riqueza que os pobres usufruem. Criticam o lucro, mas não percebem que este é indispensável para direcionar as atividades de negócios para os canais nos quais será mais bem atendida. As pessoas deveriam ser gratas a esses homens e não se comparar a eles. Mesmo aqueles cristão que dizem que é errado essa ganancia, deixam de seguir o texto de Êxodo que diz que é Deus quem gerá riqueza para que se prolonguem os dias na terra, ou seja, que isso é bom. O homem comum toma como certo a riqueza, não leva em conta o passado pobre e o futuro incerto. Ele também superestima muito o incremento de renda que aconteceria caso o dinheiro dos rios fosse repartido. O socialista, mais entre aspas, teórico, não leva em conta que essa socialização da propriedade privada que ocorreria há cinquenta anos não teria socializado a estrutura dos negócios e do capital como existe hoje, e que também se tivesse ocorrido, geraria um mundo diferente, e experimentalmente menos rico.

CAPÍTULO 3 - A ALTERNATIVA
 Ou se luta contra os ditadores se führer, promovendo a liberdade econômica, ou não só o dinheiro como a nossa vida será tirada do nosso controle.

Posfácio
 Mises analise de forma interessante a relação entre homens dotados e menos dotados. Na pré-história os mais dotados escravizavam os menos, não permitindo que esses levassem uma vida digna, no capitalismo isso se inverteu. Quem dita o que os homens dotados devem fazer para obter lucro no capitalismo são justamente os menos dotados, pois são a maioria dos consumidores. Esses pessoas medianas não teriam a capacidade de agir como empresários, por isso normalmente fazem trabalhos que envolve menos criatividade e esforço intelectual. Porém, no geral, não são burras ou loucas o suficiente para tomar atitudes que prejudiquem muito suas finanças. Isso pode levar ao problema de que, tendo a maioria um mal gosto em várias áreas, o mau gosto seja estimulado. É verdade, mas apenas as coisas de valor terão o estimulo de, literalmente terem valor no capitalismo.
 Essas pessoas são estimuladas a estudar. No estado moderno, elas são obrigadas e tem seu ensino financiado por impostos. Não era assim que ocorria no futuro, as crianças e adolescentes eram obrigados a fazer as cadeiras que a escola escolhia, que envolviam muita matemática, disciplinas que hoje os adolescentes que se tornarão homens medianos, fogem. Ao forçar essas crianças a estarem com aqueles que realmente tem vontade e aptidão, acabam diminuindo o nível do ensino para agrupar todas elas no mesmo pacote. Ou seja, Mises está apontando a falacia de que homens nascem biologicamente iguais e que todos teriam as mesmas capacidades se tivessem a mesma condição inicial de riqueza. Nas suas palavras: A inferioridade intelectual das massas manifesta-se com evidencia em seu desejo de abolir o sistema no qual são soberanos e servidos pela elite dos homens mais talentosos, e na sua vontade de regredir para um sistema no qual a elite os manteria subjugados. Os ricos que surgem devido ao lobby, diferente dos verdadeiros empresários, além de ter seu dinheiro ilegalmente obtido, ainda acabam priorando a condição intelectual e moral dos pobres. Apenas se besteiras como "cada qual de acordo com suas necessidades" for abolida as coisas melhorarão, e isso só ocorrerá com a ação efetiva das novas gerações, menos influenciadas pelo socialismo.
 Hoppe, nesta segunda parte do posfacio, faz a argumentação metafísica que Mises não tinham em sua época. Ele começa mostrando o axioma da ação, que todos os humanos agem, e o fazem para transformar o mundo num estado mais favorável. Isso, em outras palavras, é tentar obter lucro. os conflitos, por sua vez, só existem devido a escassez de meios, meios esses que são utilizados para se obter o fim, que é o lucro. A única forma ética de se resolver os conflitos, logicamente argumentada, é o respeito da propriedade privada, e que ela seja fundamentada por atos de apropriação original. Apenas com o homem misturando seu trabalho, ou seja, suas ações, com algum meio, que estes se torna seu, se foi feito antes de qualquer outra pessoa. neste caso por ele ser o primeiro, não houve, por definição, conflito com nenhuma outra pessoa. E apenas vamos conseguir esse vinculo com a propriedade pois primeiramente usamos o nosso próprio corpo. Ou seja, é apenas nessa condição que conseguimos analisar o lucro de um ponto de vista ético. SE ele for fundamentado na apropriação original ele é ético. Se a pessoa utilizou de violência ou da ação estatal, que grosso modo é sempre baseada em violência. Ela está sendo antiética e seu lucro é ilegal.

Foto de Patricia D. Patricia D. há 4 anos

Muito bom!!!

Foto de Ana L. Ana L. há 4 anos

Ótimo resumo, parabéns!

Samuel S.
Samuel S.
São Paulo / SP
Responde em 16 h e 13 min
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Doutorado: Física (Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA))
Professor doutor pelo ita e pós-doutor em física-matemática, com mais de 10 anos de experiência. Gravamos a aula de graça para você assistir depois!

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