Livro: 21 Lições para o Século 21 - Yuval Harari
Por: Samuel S.
19 de Agosto de 2020

Livro: 21 Lições para o Século 21 - Yuval Harari

Resumo do Livro

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Resumo do Livro - 21 Lições para o Século 21 - Yuval Harari

 

21 Lições para o Século 21 - Yuval Noah Harari

 

Resumo: será um livro que tratará de problemas atuais, diferente de seus dois primeiros livros, que tratavam do futuro e do passado, respectivamente. A ideia do autor é colocar as pessoas que por motivos pessoais não podem participar ativamente da mudança no mundo, pelo menos a par dos problemas. Tendo em vista que ações individuais serviram de motivo para grandes movimentações nos últimos anos, este livro pode obter determinar grandes consequências. Começará falando de impasses políticos e tecnológicos. Na segunda parte, depois de se observar os grandes problemas, serão analisadas soluções. A terceira parte estará associada aos medos atuais, como o terrorismo por exemplo. Na quarta, a questão da pós-verdade e a busca de sentido no mundo criado pelo homo sapiens, mas que muda mais rápido do que o próprio pode acompanhar. Na quinta parte, será feito um olhar geral na queda de narrativas históricas e como lidar com isso. Este livro crítica o liberalismo, mas não porque acha que as outras soluções são melhores, pelo contrário, liberalismo e democracia são as "menos ruins" e por isso devem ser defendidas e melhoradas.

 

Parte 1 - O desafio tecnológico

 

1 - Desilusão

O fim da história foi adiado

O liberalismo foi a ideologia vencedora. Ela fez o mundo mudar, mas, de acordo com o autor, essa ideologia pode não ser mais vista como um caminho a ser seguido pela humanidade. O primeiro sinal disso foi a crisa de 2008. Devido a isso se observou algumas consequências., como por exemplo, em 2016, o Brexit e a vitória de Trump nas eleições dos EUA. Desta vez, lutamos não contra ideologias concorrentes, mas sim contra a desorientação, e um ponto que agrava essa situação é o avanço da tecnologia. As pessoas não conseguem acompanhar as mudanças causadas pela internet. Os políticos também não, de tal forma que a questão sobre o funcionamento positivo do liberalismo continuará a ocorrer, tendo em vista as mudanças causadas pela internet. As questões sobre dinheiro mudarão de forma completa com o avanço de blockchains, serão os governos capazes de acompanhar isso? Biotecnologia também está em avanço, de tal forma que os seres humanos como entendemos hoje podem mudar. Haverá lugar para um ser humano simples no futuro? Percebemos que pouco a pouco perdemos espaço para os algoritmos e as máquinas. Essa inutilidade perante as novas tecnologias ainda não foi percebida pelas pessoas e políticos, mas já é uma realidade e só tende a aumentar. Talvez não exista forma de lutar contra essa irrelevância. O liberalismo já passou por algumas crises, como Hitler, Che Guevara, entre outras, mas conseguiu se livrar de todas, por vezes assimilando coisas das ideologias perdedoras, como o estado de bem estar social, afinal de contas, é necessária alguma dignidade aos indivíduos para que eles possam exercer sua liberdade. Observa-se esse valor a esse tipo de regime quando percebemos pessoas de países como a Rússia querendo ir para países liberais como Alemanha por exemplo, mas o contrário não ocorre (apenas os extremos religiosos ou políticos). Uma analogia é feita entre formas de governo que moldam o liberalismo para algo mais fechado, como a visão de Trump sobre a economia americana e os modelos clássicos religiosos e políticos como islamismo e comunismo. Nenhum deles responde as perguntas sobre a irrelevância. futura em relação a inteligencia artificial e biotecnologia no que se refere a empregos. Não é buscando no interior do Vietnã que se encontrará respostas para os problemas do mundo atual, também não é se jogando no pânico, pois ele é prepotência, afinal de contas não se tem certeza para qual "apocalipse" o mundo caminha.

 

2 - Trabalho

O mercado de trabalho sempre temeu a automação, mas desde que isso começou, ela nunca tirou emprego das pessoas, porém, pela primeira vez parece que o cenário pode mudar. Durante todo esse tempo, os humanos sempre venceram as máquinas em questões cognitivas, na questão física, muitos trabalhos realmente foram substituídos pelas máquinas, mas as pessoas que os perderam puderam procurar espaço em áreas cognitivas, e de toda forma, a qualidade de vida humana melhorou muito. Porém, agora processos como machine learning estão tornando as maquinas capazes de fazer atividades que antes apenas os humanos podiam. Como entendemos que as atitudes humanas são tomadas devido a bilhões de circuitos neurais, as maquinas podem se tornar capazes de tomar decisões como as humanas, e o conhecimento da mente humana ajuda essas maquinas a se tornarem mais inteligentes. Uma das propriedades que maquinas superam facilmente os humanos é na capacidade de se atualizarem e se focarem num determinado serviço. Enquanto as pessoas precisam de estudo e atenção, as maquinas podem ser atualizadas instantaneamente, e nos seus procedimentos não há espaço para devaneios sobre a vida, o universo e tudo mais. Algumas tecnologias são difíceis de serem associadas a algoritmos, mas é muito provável que futuramente conseguiram ser. Uma delas é a tecnologia do entretenimento. Sempre se imaginou que apenas pessoas poderiam produzir entretenimento para outras pessoas. Isso não é mais verdade. Já existem ideias de algoritmos que poderão criar músicas que mexem perfeitamente com a sua bioquímica, a ponto de deixar você feliz ou triste controladamente. Uma das opções para o futuro, levando em conta o domínio das IA, seriam novas opções de empregos. Ao mesmo tempo que surgem IAs, alguns empregos morrem, mas novos surgem. É o mesmo que ocorreu na revolução industrial, saíram os agricultores para a entrada de maquinas mas surgiam mais vendedores e pessoas que tratavam da tecnologia das sementes e do campo. O grande problema é que dessa vez, não se imagina que os humanos conseguiram se moldar tão rapidamente ao mercado. Naquela época um trabalhador poderia sair de um trabalho braçal para outro, agora os níveis de especialização para os trabalhos aumentaram demais. Um exemplo citado pelo autor da capacidade de superação veloz das maquinas é o algoritmo Alphazero, ele serve para jogar xadrez, nenhum humano ensinou qualquer uma das várias jogadas inventadas nessas centenas de anos que o Xadrez existe. Porém, em apenas 4 horas, o Alphazero aprendeu a jogar contra si mesmo e foi capaz de vencer humilhantemente o antigo software campeão. Também não é possível imaginar que sempre haverá reposição de trabalhos, e tendo em vista que os algoritmos não cometem erros que qualquer empregado cometeria ao mudar de um trabalho para o outro, a perspectiva é realmente desoladora e não temos muito espaço para erros, tendo em vista que agora as bombas nuclear e engenharia genética podem criar cenários irreversíveis. Sempre se imaginou que humanos fossem realmente relevantes para a economia, essa talvez não seja a verdade no futuro. Tanto que já se propõe três questões importantes sobre o emprego no futuro: o que fazer para impedir a perda de emprego; o que fazer para criar empregos novos; e o que fazer se, apesar de nossos melhores esforços, a perda de empregos superar consideravelmente a criação de empregos. Neste contexto devemos lembrar que não é porque existe um mercado que ele fluirá. Um exemplo é a venda de órgãos, existe oferta e demanda, mas a ocorrência desse tipo de ação é ínfima. A maioria das soluções imaginada pelo autor passam por um estado atuante. Primeiramente, provendo dinheiro aqueles que vão tentar migrar de uma profissão para a outra. Não haverá mais tempo para sindicalizar uma profissão, tendo em vista que elas começarão e terminarão rapidamente. Nesta entressafra, o governo forneceria dinheiro ou serviços para a pessoa, provavelmente com verba vinda de impostos de grandes empresas de IA. Soluções para essa "quebra do capitalismo", como o comunismo, serão inviáveis, pois a ideia por trás do comunismo é baseada em transformar força economia em força politica, porém no futuro os trabalhadores não terão essa tal força econômica. Serão as pessoas apenas uteis como consumidores? Talvez nem isso, imaginasse que algoritmos comprarão de algoritmos. Na verdade isso já ocorre na bolsa de valores e em ações promovidas pela Google, onde aquele que quer vender algo se molda primeiro ao algoritmo dessa empresa, para que então ela promova seu produto. Todos os auxílios de bem estar social até agora feitos estão no contexto de cidades ou países, ou seja, nada de intuito global. Porém, a maioria dos países que pode sustentar um estado de bem estar social razoável para seus habitantes não são, necessariamente, os países que mais sofrerão com a "tomada dos meios de produção" pela IA. Na verdade isso ocorrerá em países pobres. Mesmo que países como Sri Lanka e Brasil consigam em algumas gerações substituir os trabalhadores de produtos manufaturados por engenheiros de IA, esse processo pode ser necessário novamente, e uma economia fraca como a desses países talvez não sustente o país. Podemos imaginar então o cenário onde impostos cobrados por gigantes da IA como Google e Amazon possam ser transmitidos países assim, porém, tendo em vista as escolhas politicas de 2016 já comentadas por aqui, essa opção parece impossível de ser aceita. Dentro desse contexto de estado de bem estar social, se espera fornecer o básico para os seres humanos, mas, o que é básico? Por muito tempo se imaginou que básico estava associado a água e comida, mas em alguns lugares já se estima que internet seja algo básico a todo ser humano. O que será no futuro uma educação básica? Ensino fundamental e médio ou doutorado? Tecnologias associadas a melhoramento físico e de cognição, grosso modo, engenharia genética, isso será de obrigatório acesso de todos ou criará uma casta de super humanos em comparação aos inúteis homo sapiens normais? Se esse básico estiver associado a felicidade, temos outro impasse. Em vários países realmente pobres as pesquisas apontam felicidade maior que em outros países ricos, mas que existe alguma desigualdade social ou pouca mobilidade social. O homo sapiens não é programado para ser feliz, existe dentro dele uma busca eterna, cheia de expectativas, um auxilio básico que considerá prover essa felicidade está fadado ao fracasso. Estaria essa felicidade associada a ritos antigos e associações comunitárias? Por mais que algumas pessoas considerem isso reacionaria, observa-se o contrário. Em Israel por exemplo existe altas taxas de felicidade principalmente em grupos que recebem pouco dinheiro mas estão fortemente ligados a sua comunidade. Muitos dentro de Israel discutem que, futuramente, não haverá dinheiro para bancar esse estado de bem estar social para esses grupos ortodoxos, porém, um futuro dominado pela IA pode por essa tese dos seculares a baixo. Tendo em vista essas questões surge um problema poderoso: a transferência de autoridade de humanos para algoritmos.

 

3 - Liberdade

A narrativa liberal domina o mundo hoje em dia. Ela tem seus ramos no comércio, na politica etc. O termo liberal é cheio de discordâncias em vários lugares do mundo, mas num conceito ele é concordante, mesmo entre progressistas e conservadores: liberdades individuais. Ao serem perguntados sobre a saída da União Europeia, os britânicos foram questionados sobre seus sentimentos em relação a essa ação, e não sobre o que pensam. Racionalizar sobre uma questão politica pode levar a situações como a levantada por Richard Dawkins que disse que um referendo como esse não deveria ter sido feito, que questionar um a situação tão delicada econômica. e politicamente como essa as pessoas normais, seria o mesmo que perguntar a elas o que sentiam sobre a relatividade de Einstein ou sobre como um piloto deveria pousar seu avião. Porém, tendo em vista a importância e dominância do liberalismo sobre a sociedade, o questionamento de Dawkins não foi nem discutido, as pessoas tem o direito de decidirem sobre isso, o voto de um miserável tem o mesmo peso do voto de um cientista politico. Ou seja, nossas decisões dentro do liberalismo são medidas pela nossa liberdade e o que sentimos sobre elas. Sendo esses sentimentos uma torrente de sinapses nervosas, um sistema de hackeamento biológico poderia dar conta de transformar por completo a democracia. Sendo nossas emoções controladas não por um "livre arbítrio" divino, mas sim por inúmeros cálculos feitos por nossos neurônios, a importância da democracia e liberalismo pode acabar facilmente. Será muito provável que futuramente algoritmos tomem as decisões por nós. Por exemplo na questão de saúde, enquanto hoje precisamos de sintomas para ir ao médico e fazer algo, os algoritmos calcularam a quantidade de células cancerígenas e nos curarão automaticamente. Outros exemplos de tomadas de decisão que serão responsabilidade dos algoritmos são apresentados. Ele demonstra como a sexualidade pode ser definida por um algoritmo que irá notar as reações que seu corpo tem em relação a determinado conteúdo que você vê na televisão por exemplo. Com essa informação, empresas poderão lhe enviar com mais precisão o tipo de comercial que lhe influenciaria mais a comprar algum produto, tendo você aceitado ou não o parecer dela sobre sua sexualidade. Diferente de pouco anos atrás, hoje em dia temos milhares de opções para entretenimento caseiro, como filmes. Porém por vezes esse grande número de opções faz um grupo de amigos chegar a um impasse relacionado ao que assistir. Os algoritmos poderão então, levando em conta o que o grupo já assistiu, escolher o filme exato para agradar em média. Média aqui é a palavra chave pois espera-se que ocorram erros vez ou outra, mas na média, os algoritmos sem duvida acertarão mais que os próprios seres humanos no que se refere a seus gostos. Levando essas ideias para o âmbito político, os algoritmos podem acabar se tornando para nós, o que a democracia era para Churchil "De todas a menos pior" opção para as nossas escolhas. Este pode parecer um cenário futurista mas não é, hoje em dia já utilizamos o Google para uma das principais atividades humanas, buscar informação. É nele que nos baseamos se algo é certo ou errado. Também nele que escolheremos os melhores caminhos a seguir numa estrada onde não conhecemos, por exemplo. Nos tornando refém dessa tecnologia, deixamos de desenvolver aptidões humanas como inteligência espacial, e no futuro, deixaremos de ter a capacidade cognitiva de escolher uma boa parceira ou profissão, pois os algoritmos o farão de forma melhor. Fornecemos e absorvermos essas informações criados por algoritmos todos os dias e nem nos damos conta, e boa parte da culpa é causada justamente por eles, que tornaram a vida tão dinâmica que ficamos sem tempo para perceber os fenômenos que nos cercam. Questões éticas podem ser levantadas sobre a ação de algoritmos. O dilema do "carro automatizado" é um deles: suponha que um carro automatizado tenha que escolher entre a vida de duas crianças ou do próprio passageiro, que está dormindo no carro. Este dilema pode ter diferentes respostas para diferentes situações. Você pode se considerar uma pessoa altruísta e se sacrificar, mas talvez num momento de nervosismo faria a escolha que filosoficamente vai contra as duas ideias. O carro então num momento como esse tomaria a decisão do seu eu mais sensato. Curiosamente, uma pesquisa sobre isso foi feita, perguntaram para um grupo de pessoas qual deveria ser a ação do carro, e a maioria falou salvar as crianças. Porém, depois perguntados sobre se tivesse que comprar um carro que salvaria as crianças ou eles como passageiros, eles escolheram a segunda opção. Neste caso, a culpa não seria em nenhum momento do algoritmo, pois o cliente que escolhe e ele tem sempre a razão. O estado então poderia intervir, legislando uma única escolha correta para a configuração do carro. Mas seria seguro dar poder total ao estado escolher esse tipo de decisão? Na ficção temos a impressão de que as IA serão malignas por nos desobedecer, mas o motivo pode ser justamente o contrário. IAs bem aplicadas podem, grosso modo, fazer muito bem as pessoas, com questões medicas por exemplo. Mas IAs controladas por governos malignos podem ser desastrosas. Por exemplo, uma IA utilizada para um massacre étnico poderia causar a morte de milhões de pessoas sem o mínimo de desvio da missão original, coisa que é comum quando humanos estão matando humanos. Sistemas de vigilância também podem ser muito perigosos, um estado pior que o do livro 1984 pode surgir, de uma forma muito mais efetiva. O governo norte-coreano por exemplo poderia implantar chips no corpo das pessoas, e se ao ver a foto do grande líder o chip notasse a mínima alusão a raiva, este individuo poderia ser encontrado e morto com facilidade. Claro que sistemas como esses não seriam produzidos num país fechado como a Coreia, mas poderia ser importado de outros países. No entanto, o fato de termos essa concentração de informação num local e para o estudo de apenas poucas pessoas sempre foi uma deficiência de ditaduras, mas no futuro será uma vantagem. Toda a informação condensada em alguns computadores pode ser o suficiente para a analise de dados e a ação de políticos. A democracia do jeito que está não será capaz de lidar com esse tipo de processo, ela sem duvida terá que ser reformulada para que não ocorram monstros muito mais poderosos que Stalin e Hitler, que com muito menos informação e controle conseguiram marcar seu nome na história devido à violência. Com essa informação agrupada, será possível acabar com certos preconceitos e começar outros. Por exemplo, uma pessoa não será mais vítima de preconceito ao tentar fazer um empréstimo, pois o computador não se importará com seu gênero ou cor, apenas com dados que correm sobre o individuo na rede. Ou seja, grupos não poderão se unir para protestar sobre o ocorrido, porque quando alguém não poder fazer algum empréstimo, o preconceito será sobre algo individual, que provavelmente nenhum humano conseguirá desvendar, apenas o algoritmo complexo que toma a decisão. Decisões de políticos. também estarão apenas dentro do espectro permitido pelas IA e controlados por quem as produz e controla as empresas. Da mesma forma que hoje os políticos., por mais que tenham inúmeras ideologias a seguir, normalmente escolhem o capitalismo devido ao controle do mercado, no futuro a Google pode definir qual a melhor ideologia baseado em seu algoritmo e os políticos. terão a errônea sensação de ter qualquer controle, que na verdade foi tolhido antes mesmo de perceberem. O autor termina o capítulo discutindo sobre a natural estupidez humana e como isso pode influenciar os algoritmos. Tendo em vista que muito provavelmente os mesmos não irão adquirir consciência, quem vai moldar suas estruturas serão os humanos. Essas escolhas então estarão fadadas a refletir a própria consciência humana. Levando em conta que os humanos não se interessam tanto por se aprimorar como pessoas, ainda mais num mundo dinâmico que suga cada segundo do seu tempo para se desenvolver como profissional, é muito provável que teremos algoritmos super inteligentes comandados por humanos com consciências bem discutíveis. Da mesma forma que domesticamos animais e os tornamos menos ágeis e mais produtivos para nossos fins, estamos domesticando naturalmente os humanos, tornando-os mais egoístas e menos conscientes da sua própria dimensão trágica. Isto associado ao Big Data e IA pode colocar, por exemplo, toda a riqueza e poder nas mãos de poucos indivíduos, tornando uma grande massa de seres humanos irrelevantes.

 

4 - Igualdade

Diferente da previsão de um mundo mais igual nesse século, é possível que as novas tecnologias tornem essa a era mais desigual da história. No principio da civilização todos estavam no mesmo estado igualitário de pobreza. Depois da revolução industrial e o advento da propriedade privada, começou-se a desigualdade. Tendo em vista que a qualidade de vida das pessoas aumentaram como um todo, principalmente depois da revolução industrial, imaginasse que essa desigualdade, além de procurada, deveria ser promovida. A igualdade numa sociedade não leva em conta que vários indivíduos tem propensões diferentes para diferentes atividades, ou seja, ela é uma utopia. No entanto, observa-se que a desigualdade está chegando a extremos curiosos. Hoje, as 100 pessoas mais ricas do mundo são juntas mais poderosas economicamente que os 4 bilhões mais pobres. Porém, o futuro pode ser mais desigual ainda pois, mesmo hoje, os poderosos precisam das pessoas pobres para manter sua fortuna, utilizando-os como mão de obra. No futuro, isso pode não ser necessário, devido as novas tecnologias como IA, o que provavelmente irá fazer o governo se preocupar menos com o bem-estar dos mais pobres. As diferenças e possibilidades que um mundo extremamente tecnológico pode dar a alguém realmente rico, como melhoramentos intelectuais e físicos, pode criar uma nova raça de humanos, das quais, além de não necessitar dos mais pobres, pode se os tratar como seres abjetos, mais próximos de animais. O primeiro passo para que essa desigualdade não ocorra é regulamentar a propriedade de dados. Antigamente, o ativo mais importante para cada ser era sua terra, e logo que a ideia de propriedade privada surgiu, houve alguma regulamentação, hoje, grandes empresas tomam conta dos nossos dados e fazem uso deles para ganhar dinheiro e nada é discutido. Ao captar nossos dados eles tem capacidade suficiente de ganhar muito dinheiro com publicidade. Mas, saber o que cada um de nós quer pode ser muito mais importante que apenas o dinheiro que vem deste mercado. Por exemplo, a captação de dados pode ser um ativo tão valioso que, no futuro, não será mais necessário a existência de publicidade. Se o Google sabe exatamente o que queremos, mesmo nós mesmo não sabendo, podemos perguntar ao Google qual é o melhor carro, roupa etc para nós e ele irá responder, sem o auxilio de qualquer publicidade. Então, por que continuamos dando nossos dados? Porque é difícil se desvencilhar de nossas contas de e-mail, de entretenimento no YouTube ou Facebook e até mesmo seria difícil parar de usar o Google para fazer os trabalhos da escola. Quando chegar ao ponto de que esses sites poderem controlar com alguma espécie de IA nossa saúde ou nossas finanças, a nossa preocupação com privacidade diminuirá ainda mais. Deixaremos de ser donos das nossas propriedades físicas e pensamentos, pois eles serão usados ao bel-prazer não nosso, mas dessas empresas. A ideia da regulação entre para frear essa situação. Mas tendo em vista que políticos hoje também usam esses veículos para obter dados ou incitar seus defensores, pode ser uma situação igualmente perigosa. Seria então a hora das mesmas pessoas que criaram essas tecnologias, fazerem algo para frear essa situação?

 

Parte III - O desafio político

 

5 - Comunidade

Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, meses antes de ser acusado de vender dados de seu site para políticos, prometeu criar uma comunidade forte entre as pessoas para lutar contra problemas sociais. Antes de propor esse tipo de coisa, deveria cuidar mais de como usa os dados de seus usuários. De toda forma, o autor cita que essa iniciativa é positiva, e que antes de chamarmos Zuckerberg de "Grande Irmão", deveria instigar outras organizações e governos à ter a mesma ação, visando a integração das pessoas. Esta é uma atitude necessária pois, desde que as organizações deixaram de ser tribais, com a criação de estados, e posteriormente, das redes sociais, estamos cada vez mais sozinhos num mundo cada vez mais conectado. Uma pergunta relevante associada ao nível de dependência que temos das redes sociais é: seriamos hoje capazes de nos organizar sem o auxílio dessas redes? Humanos terem corpos é uma limitação a esse alcance que as redes sociais tem sobre nós. Nossos corpos foram treinados durante todo o período paleolítico para nos preocupamos com as sensações dos nossos corpos, mas hoje em dia nos preocupamos mais com o que está acontecendo nas redes sociais. Teria o Facebook a coragem de limitar sua capacidade de se entranhar na vida das pessoas, para que nós pudéssemos nos conectar com o offline novamente? Isso sem duvida nos ajudaria olhar novamente às pessoas como um todo, não apenas as vermos como suas opiniões ou curtidas. Zuckerberg se diz preocupado com essas questões, mas muito provavelmente é um sonegador de impostos, ou seja, não se preocupa com os efeitos nos corpos das pessoas que a falta de hospital pode causar. Claro, existe o lado perigoso em grandes corporações terem interesse no nosso corpo por inteiro, seu nível de controle sobre nós pode sair da esfera virtual e ir para a real. É o risco que nos cerca ao não sermos vistos apenas como dedos conectados a um cartão de crédito.

 

6 - Civilização

Por mais que pareça que nos dividimos em civilizações ocidental e islâmica, ou até mesmo que nossos ancestrais tinham atitudes diferentes da secularizada que devemos manter, isso nem sempre é verdade, e normalmente serve apenas para alimentar xenofobias e preconceitos. Vejamos como exemplo o Estado Islâmico, por mais que eles defendam a tese que representam o verdadeiro Islã, na verdade eles escolhem "a dedo" os textos a serem respeitados por seus assassinos. Alguns defensores do Fundamentalismo Islâmico seguem ideias de Marx e Foucault, expoentes do pensamento ocidental. Na realidade, é muito mais coerente dizer que a raça humana se caracteriza pelas mudanças, e não pelas tradições. Uma pessoa pode se definir alemã, mas morar no Brasil, pode dizer que era socialista mas hoje é capitalista. Essa estrutura de pensamento é impossível para animais parecidos conosco, como os chipanzés e gorilas, que mantém a sua mesma organização social a centenas de milhares de anos. Existe algo no povo alemão que o carateriza, de Guilherme II a Merkel? Se a os direitos civis são um bom exemplo disso, como explicar monstros autocráticos como Hitler e Stalin? Quando colocados contra a parede sobre essa secularização, alguns grupos, como os Fundamentalistas Judaicos se fecham em suas comunidades. Estas comunidades não dão espaço para a participação pública de mulheres, porém, quando estado os fosseis de judeus antepassados, percebesse que as mulheres participavam das mesmas celebrações que os homens. Ou seja, essas atitudes fundamentalistas refletem mais o preconceito de moderno do que uma tradição milenar.

Não é possível fundir espécies diferentes. Chimpanzés e gorilas tinham um ancestral em comum a 7 milhões de anos, mas desde então houve uma ininterrupta evolução em separado das duas espécies. Como não é possível haver crias entre espécies diferentes, estas estão fadadas a continuar separadas. O mesmo não se pode dizer de humanos, pois podemos nos unir com pessoas de povos diferentes em relações conjugais. Ampliando essa ideia, povos podem se unir, como aconteceu com alguns povos na região da Europa, que acabaram por formar os alemães, francês etc. Eventualmente no futuro estes mesmos países podem se unir e criar uma nova nação ainda maior. Algo meio contraditório mas real é que situações criticas como a guerra podem unir os povos. Os EUA nunca deram tanta importância a Rússia como na guerra fria, e sem dúvida sempre houveram mais pensamentos dos americanos relacionados ao Vietnã do que a seu Taiwan, que é um parceiro comercial americano.

Quando observamos os paradigmas sociais atuais, por vezes não nos damos conta da organização e evolução de pensamento que ocorreu para chegarmos na situação atual. Tomemos como exemplo as Olimpíadas de 2016. Um grande número de nações participou, todas estas organizadas de forma simples. As pessoas se identificavam com o grupo ao qual estavam defendendo. Quando estavam competindo, concordavam com as regras do esporte, numa competição tida por todos como "justa". Este mesmo exercício dialético pode ser feito imaginando uma suposta olimpíada em 1016. Nesta época os povos não tinha organização nenhuma. Grupos que moravam na mesma região por vezes lutavam até a morte um contra o outro. Não é possível cogitar que as pessoas que morassem na China considerassem os outros povos do mundo como iguais, a ponto de disputar uma competição com eles. Povos como os tupi não considerariam certas algumas regras de determinado esporte. Ou seja, a ideia de estado e conceitos universais de lei e ordem hoje tem mais importância do que questões religiosas. De tal forma que devemos sentir uma pitada de orgulho toda vez que um evento global como esse inicia, pois é o reflexo de evolução positiva do pensamento humano. Outro exemplo de organização global é o dinheiro. Por mais que existam povos como o Estado Islâmico, que odeiam os imperialistas norte-americanos, ao se depararem com maletas de dinheiro em um dos seus atos terroristas, fizeram questão de não destruí-los. Este tipo de atitude reflete a confiança que existe em todos os povos do mundo em instituições criadas pelo pensamento ocidental. Outra dessas instituições é a medicina. A milhares de anos atrás, quando uma pessoa chegava com sintomas de resfriado para ser curada, em diferentes lugares do mundo existiriam diferentes abordagens a esse problema. Este tipo de situação não acontece mais, pois existe grande confiança no método científico empregado para a cura de doenças. Situações como essa mostram que, o que realmente deixa claro a qual comunidade você está envolvido é na verdade as coisas com o que você discorda. As pessoas que você mais tem ideias e discussões são sua família. É muito mais fácil você ser um europeu por participar de discussões como aquecimento global e limites do capitalismo, do que por semelhanças como a cor de pele. Seria este o estopim para acreditarmos novamente na solução nacionalista para os problemas globais?

 

7 - Nacionalismo

O primeiro passo para entendermos o efeito do nacionalismo atualmente é percebermos que ele não é uma condição natural do ser humano. Por mais que estudamos a história levando muito em conta o estado-nação, ele não está presente desde o paleolítico. Naquela época nos relacionávamos com algumas dezenas de pessoas. Mesmo hoje, por mais que nos consideremos parte de uma nação, não sabemos sobre a vida da esmagadora maioria dessas pessoas. Mesmo esse sistema não sendo natural e tendo causado alguns problemas, como as guerras mundiais, ainda é uma condição importante para o bom funcionamento de uma localidade. Países com forte senso de nacionalismo estão entre os melhores em condição de vida, diferente de países como Congo ou Afeganistão, onde as pessoas não estão preocupadas com isso. Tendo em vista todas essas questões, poderemos confiar em políticos nacionalistas para os atuais e futuros problemas globais?

Sem dúvida, uma questão extremamente pertinente sobre o nacionalismo está vinculada ao poder nuclear. Desde o fim da Guerra Fria, o mundo está numa maré de paz, diferentemente do que ocorreu em toda a existência da espécie humana. Esta é uma grande conquista, mas quando algumas pessoas a tomam como algo inerente da raça humana, estes não tem medo de “brincar com fogo”. Países como EUA e URSS voltaram a corrida nuclear, e a Inglaterra se desvinculou da União Europeia, organização que colaborava a não proliferação de armas nucleares. Estariam os nacionalistas, que bradam que sua nação está acima de tudo, prontos a se proteger de catástrofes nucleares, ao não darem importância a acordos internacionais? Outro problema não tão imediato mas tão drástico quanto explosões nucleares é o aquecimento global. Tendo em vista que este é um problema que afetará mais algumas nações que outras, pode ser complicado lidar com esse problema, e isso pode ser fatal. Para concluir, o autor afirma que a única forma de resolver os problemas globais: guerra nuclear, aquecimento global e avanço da tecnologia (este último associado aos problemas que podem ocorrer ao nos fundirmos com tecnologias que nos libertem da nossa identidade humanoide), seria a globalização da politica. Não criando um governo mundial, mas aumentando o dinamismo entre as relações politicas, pois é impossível "nacionalizar" questões como ciência e economia.

 

8 - Religião

Tendo em vista a ineficiência da religião para resolver os problemas atuais, podem analisar seus efeitos em três problemas: problemas técnicos, políticos e identitários. Percebe-se que apenas o terceiro ainda poderá ser um bastião da religião. Quanto a problemas técnicos, a agricultura é um bom aspecto para ser analisado. Os sacerdotes sempre foram indivíduos que tiveram seus poderes associados a agricultura ou cura de pessoas. Hoje em dia, mesmo o mais fundamentalista religioso escolherá primeiro levar seus filhos num hospital do que depender apenas da graça divina. Eventualmente o poder desses sacerdotes sobre a chuva ou a doença foi deixado de lado, por vezes até esquece-se que toda a tradição religiosa cresceu em torno dessas questões. Na verdade, em toda a história, estes indivíduos foram importantes pois sabiam reinterpretar as benesses ou maldições que fluíam naturalmente na natureza sobre a ótica de suas escrituras sagradas, este situação pode ser também ilustrada no âmbito econômico. Por mais que algumas expoentes religiosos de determinadas nações tentam por seu nariz em questões econômicas, na verdade, são sempre cientistas econômicos que são ouvidos para dar a palavra final sobre determinada questão. Livros como a Bíblia e o Alcorão simplesmente não tem o conhecimento necessário para se interpretar questões complexas como a economia atual. Entretanto, sempre que possível, esses indivíduos reinterpretam textos para que adaptar a determinada visão politica ou econômica. Isto é possível pois livros antigos como estes são estruturados no chamado "signo aberto", ou seja, permitem interpretações das mais variadas sobre os meus problemas. Por exemplo, a Bíblia foi utilizada na década de 70 pelos marxistas da Teologia da Libertação. A mesma Bíblia é vista como um bastião liberal, um exemplo dessa escolha ideológica é a passagem que Jesus cita: "dê a césar o que é de césar". Desta perspectiva, a religião simplesmente não irá servir como um guia para grandes debates políticos e econômicos. O papel importante da religião está nas questões identitárias. Hoje, ainda é muito utilizada para que grupos de determinados países se mantenham coesos. Por mais que os sistemas políticos. e econômicos desses países sejam praticamente iguais, suas religiões tradicionais os diferenciam. m exemplo claro disso é o Japão, que foi obrigado a se abrir no fim do século XIX, mas manteve sua identidade sob o xintoísmo. As ideias dessa religião inspiraram a atitude dos pilotos kamikazes na Segunda Guerra Mundial. Outro caso curioso de religião e estado é a Juch norte-coreana. Esta é uma religião baseada em cultos coreanos antigos e louvor a família. do Grande Líder. Como toda questão humana, a religião também deve ser vista com cuidado. Levando em conta que lideres religiosos liberais não são muito populares, a religião pode ser usada como uma ferramenta para o mal, principalmente ao afirmar que uma nação é "a casa de deus", essa poderá tomar qualquer atitude negativa em relação ao mundo por estar agindo em função da palavra do criador.

 

9 - Imigração

As questões relativas a imigração são sempre tidas em discussões acaloradas, e normalmente estão baseadas nos quatro tópicos:

- O país anfitrião permite a entrada de imigrantes: trata-se da ideia de um país ser obrigado ou não a se abrir a outras culturas. Alguns defendem a entrada, pois isso é a base do multiculturalismo. Outros dizem que é um direito do país se defender de invasões, sejam de exércitos ou de imigrantes. Existe uma terceira linha que aceita a entrada para que as pessoas trabalhem em empregos de segunda classe, mas mesmo assim, na hora de assimilar os indivíduos a cultura, não aceita. Esta se torna uma discussão recursiva que chega a linhas de acusação de fascismo a uma pessoa que defende determinada linha de pensamento. Sempre importante lembrar que, quanto mais indivíduos de uma região chegam, mais parecido com aquela região você se torna.

 

—Imigrantes tem que ser a cultura do país que entram: duas questões chaves desde debate são o desacordo quanto à intolerância do Imigrante e o desacordo quanto a Identidade europeia. Este debate está em aberto pois, até que ponto existe uma essência acional que deve ser seguida pela pessoa que chega. E até que ponto, ao absorver muitas pessoas, o país não seria moldado pela cultura, que por sinal é de uma outra localidade, em geral tão ruim de viver, que as pessoas que ali nasceram resolveram se mudar.

- Quanto eles se tornam nós: este problema está intrinsecamente ligado a relativização do tempo. Para uma sociedade, talvez 40 anos seja pouco para que uma comunidade seja assimilada. Porém, para alguém que nasceu nesse período, e não conheceu outro lugar do mundo como "seu", é tempo suficiente para se sentir Frances, mesmo que seus avós tenham vindo de algum país da áfrica. Tendo em vista todas essas discussões, levanta-se a questão: existe uma cultura que seja melhor que a outra? Em geral, é possível relativizar essa questão, dizendo que determinada cultura é melhor em determinado aspecto. Por exemplo, um país como os EUA é melhor que os países do Oriente Médio para receber imigrantes católicos. Para ilustrar situações como essa, o autor inventa dois países fictícios, Calorladia e Friacia. As pessoas da Calorlandia em geral são esquentadas e da Friacia são mais calmas. Suas personalidades tem vantagens e desvantagens. Porém, quando um individuo de um país vai para o outro, em geral ele tem dificuldades de se adequar a cultura local, e assim não consegue, por exemplo, subir em cargos que necessitam de vínculos sociais. Pode parecer que isso é uma especie de racismo, mas na verdade, é o que o autor chama de culturismo. Onde aspectos de determinada cultura realmente atrapalham em determinadas situações. Hoje, são poucas as pessoas que remente acreditam que os genes de alguém são inferiores aos de outros, mas a questão cultural é sempre levada em conta. Pessoas de determinada origem étnica podem ser mais propicias a cometer crimes, muito provavelmente pela herança histórica e cultural. Mas, em geral, essas diferenças culturais não são um problema, uma empresa da Friacia que contratar pessoas da Calorlandia, vai conseguir ter uma melhor ação no mercado internacional por ter indivíduos com diferentes formas de atender diferentes povos.

 

Parte III - Desespero e Esperança

10 - Terrorismo

O terrorismo, sem duvida, mata muito menos que coisas muito mais naturais, tipo diabetes ou acidentes de carro. Comparado com guerras, que tem a mesma estrutura de ataque por trás, as perdas também são mínimas. Isso mostra que o terrorismo tem seu efeito baseado não em destruir os bens materiais de uma nação, mas sim infligir medo nas pessoas e causar efeitos desastrosos na politica. Para ilustrar essa situação, imagine uma mosca tentando destruir uma loja de porcelana, ela sozinho não conseguirá, mas ao atiçar um búfalo selvagem, fazendo barulho em seu ouvido, conseguirá efetuar seu objetivo. Terrorista, politicamente e economicamente, são como jogadores e poker com uma mão fraca. Ao infligir medo em seu adversário, o fazem tender a desperdiçar uma boa mão ou embaralhar novamente, assim, podendo dar por conta própria mais poder aos terroristas. Quanto mais pacifico for um estado, mais alarde haverá sobre cada ataque terrorista. Devido ao fato da violência politica ter praticamente acabado na maioria dos estado, qualquer alteração neste estado pode ser crucial para o desenvolvimento politico de um país. Diferentemente de outros problemas de violência como estupros, que não estão associados ao estado, o terrorismo pode abalar as fundações de qualquer histórico politico. Além disso, o fato de que terrorismo é muito mais cinematográfico que qualquer doença muito mais assassina, dá assas a mídia a fazer divulgação gratuita sobre os atentados, ato louvável pelos terroristas. De tal forma que, uma forma efetiva de realmente vencer o terrorismo é agir de forma velada, mas como isso não dá votos nem audiência, provavelmente não acontecerá tão cedo. Com o medo do terrorismo se tornar nuclear, surge uma questão: no futuro, irão reclamar dos políticos de hoje por não terem se preocupados com essa questão realmente importante? Para isso, devemos olhar para o passado. Foi um erro políticos terem se preocupado mais com a União Soviética e a China, do que com a organização de fundamentalistas europeus. Sempre levamos em conta os problemas que aconteceram, mas nunca os que não aconteceram. Esta ansiedade pode ser uma questão essencial nas possíveis novas guerras que irão ocorrer.

 

11 - Guerra

Diferentemente do começo do século XX, hoje, ao começar uma guerra, os países podem sofrer grandes problemas financeiros. Exemplo disso foram os gastos econômicos e políticos. dos EUA nas guerras do oriente médio. Alguns países tomam isso como exemplo, como Israel, que decidiu não se envolver em guerras e assim participar mais ativamente da politica global de forma estável e confiável. Existem contra exemplos. No século XXI houve a incursão da Rússia na região da Crimeia, que era um território ucraniano. Esta guerra aconteceu em condições muito específicas, provavelmente impossíveis em outra situação. Aparentemente foi mais para mostrar o poder militar e de ação de Putin do que algo pensado para melhora econômica., porque a anexação desse território não melhorou em nada a situação financeira do país. Caso a Rússia tentasse uma guerra contra a União Europeia ou os Estados Unidos, estes estariam fadados ao fracasso, tendo em vista o baixo número de soldados e de dólares. Ou seja, essa guerra está mais para um exemplo isolado que só comprova a tese do que o anúncio de uma nova grande guerra. O fato de termos uma economia baseada em técnica e não em materiais, faz a guerra nos moldes antigos inviável. Por mais que o Estado Islâmico, com seus métodos medievais, tenha conseguido 500 milhões de dólares., a China com seus 20 trilhões não os vê como uma ameaça econômica. E mesmo que tentasse conquistar os EUA, não conseguiria ter poder sobre as reais riquezas dele, que estão no Vale do Silício. Se eventualmente algum tipo de guerra, de proporções nucleares, se mostrar viável economicamente no século XXI, talvez então tenhamos algum problema. Percebemos então que é economicamente inviável. a guerra. Porém, nenhuma mente humana consegue imaginar os movimentos políticos. que farão uma nação crescer ou diminuir. Um exemplo são as nações do eixo, que não tinha motivos econômicos para pensar que poderiam ganhar a Segunda Guerra Mundial, mas mesmo assim lutaram, e por sinal suas economias melhoraram assustadoramente depois de terem seus países completamente dizimados.

 

12 - Humildade

Em geral, achamos que nossa cultura é o expoente e a mais importante da humanidade. Isto nunca é verdade. Primeiro porque comunidades locais normalmente não tem influências globais e temporais, principalmente antes dos caçadores-coletores. Um exemplo são os judeus, que tanto afirmam serem o povo mais importante da história e se consideram criadores de toda a vida moderna (incluindo absurdos como yôga). Quando feita uma analise mais profunda, percebe-se que sua religião não alterou absolutamente nada na história humana. Muito provavelmente porque seus escritos não se preocupam em aumentar o número de seus seguidores, como no cristianismo por exemplo. Por mais que os judeus tenham sido um exemplo histórico de ordem, eles não foram os criadores da mesma. Comportamentos altruístas são observados em várias espécies, incluindo nossos primeiros chimpanzés. O judaísmo por sinal pode ter sido pai de uma ideia muito perigosa à humanidade: o monoteísmo. A ideia de louvar apenas um deus criou argumentos para muita violência nos primeiros séculos depois de cristo. Os judeus fundamentalistas, diferente de seus compatriotas secularizados, não fizeram nada pela ciência. Argumentos assim ajudam a concluir que o judaísmo é apenas mais uma religião pequena, que não influenciou milhões de pessoas como cristianismo ou islamismo. Talvez um pouco de humildade em relação a seu lugar no mundo ajude a perceber e evitar violências.

 

13 - Deus

Diferentemente do que era a mil anos atrás, hoje em dia não temos noção do que devemos ensinar a nossos filhos para que eles tenha uma vida descente daqui a 30 anos. Não sabemos o que será relevante no futuro. Em conjuntura, vivemos num mundo inundado em informação. Diferentemente do que era a pouco tempo atrás, com pouquíssimo acesso a informações, bibliotecas mídia, hoje, qualquer miserável tem um smartfone e nele um universo de informações que precisaria de milhares de vidas para conseguir absorver. Uma melhor estratégia para educação seria não colocar informações na cabeça dos alunos, mas sim orientá-los a ver quais informações que chegam automaticamente a seus olhos pela mídia ou internet é realmente valida. Estando este mundo em constante mudança, o que deveríamos estar ensinando? Algumas pessoas acreditam que deveríamos ter uma educação voltado apenas a relações sociais, mas alguma técnica ainda é necessária. Porém, diferentemente da história humana até agora, o salto de mudanças pode ser tão abrupto que o tempo que levamos a nos educar (os primeiros 20 anos de nossa vida) podem não ser o suficiente. Não é uma opção as pessoas depois dos 50 anos se reinventar, como constantemente faz um adolescente. nesta idade as pessoas normalmente já sabem quem são, e sua neurologia não é tão flexível para promover grandes mudanças no seu ser. Num mundo em que as pessoas podem viver mais de 100 anos com facilidade, essa mudança constante de personalidade e estabilidade mental pode ser necessária. Para viver num mundo assim será necessária muita maturidade mental e flexibilidade, e a educação tem um papel primordial. Da forma que ela é promovida, ela não conseguirá se adaptar as constantes mudanças em todos os lugares do globo. Sendo assim, devemos cuidar com os adultos, porque eles realmente não saberão como lidar com o mundo no futuro. Também não devemos confiar totalmente em nós mesmos, hoje temos a consciência de que não existe um "eu" e sim uma série de reações bioquímicas, normalmente manipuladas também por organizações externas. Estas mesmas organizações estão cada vez mais tendo poder sobre nós a partir de algoritmos que só tentem a melhorar. Sem conhecimento, estamos dando nossas informações e por consequência mais poder a eles. Não há dúvidas de que isso pode ser positivo, mas se você ainda quer algum nível de controle sobre sua própria vida, é necessária educação para isso.

 

14 - Secularismo

Diferentemente de situações no passado, hoje é possível uma pessoa acreditar em determinada religião sem propagar todos os seus credos e seguir todas as suas leis. Isso se chama secularismo, ele permite até mesmo não acreditar em nada. Essa liberdade parece positiva, mas por vezes acaba sendo um embuste para situações desagradáveis, como a falta de liberdade de determinados grupos em países considerados "livres". Este secularismo se caracteriza com a liberdade de tomar escolhas baseadas em evidências, e não em textos antigos. Caso uma pessoa queira fazer algo que a sociedade não concorda, se baseado em evidencias e não causar dor a ninguém, ela mesmo assim pode fazer. Também é fato que nesse tipo de regime social, as pessoas podem professar sua fé. Este secularismo, num século tecnológico como o XXI, por vezes esquece que não é um direito natural, então está passível de interpretação. Para alguns, ditadores ateus como Stalin eram seculares, por mais que este não estivesse em simbiose com ideias como liberdade. Com o advento dos algoritmos e biotecnologias, questões que antes eram apenas ideias, como "todo ser humano tem direito de ser saudável e feliz" podem se tornar fundamentais de uma inteligencia artificial que nos transforme em imortais e poços de dopamina por realizarem nossos desejos mais ocultos. Tendo em vista os erros históricos que muitas religiões causaram, mesmo aquelas sem deuses como o marxismo, o ponto mais importante para uma crença, seja fundamentalista ou secular, seria: qual o maior erro que sua religião ou visão de mundo já cometeu?

 

Parte IV - Verdade

15 - Ignorância

Ninguém é capaz de analisar todo o conhecimento produzido pela espécie humana. Por mais que sejamos uma sociedade baseada em evidências, por vezes, e na maioria delas, nos baseamos no conhecimento de outras pessoas para nossos próprios fins. Isto não é de todo ruim, é justamente devido a esse desenvolvimento cognitivo em grupo que conseguimos dominar o planeta. Mas por vezes se torna um tiro pela culatra. Tendo em vista que estamos sempre buscando aprovação do grupo, procuramos então um grupo com ideias que seguem a nossa própria perspectiva. O que nos torna egocêntricos e intelectualmente, não levando em conta que não sabemos questões importantes sobre assuntos que damos nossa opinião. Pessoas que não tem conhecimento algum sobre ecologia, por vezes, dão sua opinião sem ter medo das consequências, muito provavelmente porque essas tem apoio de um grupo de pessoas que pensa como elas. As pessoas em geral não gostam de muitos dados e não gostam de serem vistas como ignorantes. Essa é uma mistura perigosa para a propagação de erros. Para conseguir conhecer sobre um assunto ou simplesmente mudar sua concepção sobre algo que você acha que sabe, é necessário tempo para desperdiçar com o maçante e não-linear trabalho de investigação. Precisa-se de poder para ter a capacidade de desperdiçar tempo. Buscar atalhos tentando conversar com expoentes poderosos não faz sentido, pois eles e os que estão próximos sabem que a pessoa que segura o martelo tem o poder, esta então será mimada, e não vai conseguir influenciar ninguém que já tem suas preconcepções, também não conseguirá mudar de pensamento tendo em vista as defesas que os puxa-sacos fazem.

 

16 - Justiça

O senso de justiça baseada em relações de violência ou troca de caçadores-coletores, por vezes ainda é muito utilizada nos dias atuais, mas a cada dia que passa, devido a globalização, esse conceito acaba se tornando ultrapassado. Quando um homem na era paleolítica roubava a comida que foi obtida após muito esforço por algum outro homem, existia um senso de justiça obvio que o que foi feito era errado. Isto continua sendo errado hoje em dia, mas o mundo moderno criou novos tipos de crimes e injustiças. Por exemplo, se eu sou acionista de uma empresa, e esta empresa suja os rios que particularmente eu irei tomar água, tendo assim que gastar com outros meios para conseguir a água, e também a longo prazo destruindo a natureza para mim e meus filhos, seria essa empresa responsável por um "roubo" contra mim? Também seria um crime eu não entender a dificuldade que alguém em outro lugar no mundo com uma cultura totalmente diferente de mim teve? São questões complexas e modernas, mas devem ser levantadas pois, a cada dia que passa, o mundo moderno está sem duvida unindo esse tipo de pessoas, alguém de um lado do planeta pode criar problema para outra pessoa, que nunca verá e não faz ideia que existe, e provavelmente nunca será responsabilizado por isso se a visão global de justiça não mudar. Ao tentar resolver problemas globais complexos, nos deparamos com três situações: Minimizá-las, reduzindo o problema a luta de bem contra o mal. Transformando toda a ideologia de dois grupos diferentes como a luta de dois indivíduos apenas. O segundo erro é focar numa narrativa tocante. Normalmente as pessoas agem sob a ação de suas emoções, quando fortes estão até mesmo dão um senso de justiça, isso pode ser perigoso porque uma pessoa pode acabar tomando uma decisão que tem certeza absoluta que está certa (devido os seus sentimentos) mas não é realmente justa. O terceiro é criar teorias da conspiração, colocando a culpa em indivíduos que não tem poder suficiente para moldar as grandes questões globais e assim também tirando sua parte individual da responsabilidade do problema.

 

17 - Fake News

Parece que Fake News é um conceito moderno associado a internet e a mídia. Mas na verdade fakenews já ocorrem a vários anos. Normalmente fake news são justificadas dizendo que o outro lado também cometeu mentiras, e essas mentiras são "maiores" que as próprias fake news. Por vezes a luta armada pode ser evitada com a utilização de fake news, seria ela então menos honrosa que a luta armada? De toda forma, esse conceito é utilizado a vários anos e isso, a criação de ficções, foi o principal fato que fez o Homo Sapiens ser a espécie dominante. Com ficções como religiões, foi possível unificar vários povos e fazer pequenos grupos de indivíduos colaborarem entre si. Obviamente, essas Fake News podem ser perigosas, destruindo campanhas politicas por exemplo. Por vezes elas estão por trás de grandes preconceitos, como o assassinato de garotos cristãos por judeus no século XIII na Inglaterra. Em especial a União Soviética foi mestre das Fake News, ela conseguia controlar a historia do local com fotos manipuladas. Por vezes Stalin era fotografado com pessoas que acabavam se tornando rebeldes contra o sistema. Essas pessoas eram assassinadas e as fotos apagadas ou modificadas. Outra mentira que todos aceitam e só funciona é o dinheiro. Por si só, ele é um pedaço de papel sem valor, quem lhe dá o valor, e atribui valor a outros objetos em nome do dinheiro são as pessoas, que criam ficções globais que fazem aquele pedaço de papel ter tanto significado. Como num jogo de futebol, por vezes não nos damos conta que esse valor é atribuído pelos pensamentos humanos, da mesma forma que as regras desse esporte. Tendo em vista que o mundo está cheio de fakenews, o autor propõe que sigamos duas regras para evitar ser manipulados. A primeira é pagar pelas informações, porque normalmente quando nos oferecem algo de graça, é porque o produto somos nós. Em geral grandes veículos de comunicação fazem noticias, mas com o intuito de vender propagandas a seus consumidores. A segunda dica é que quando gostarmos de algum assunto técnico em especifico, que procuremos informações cientificas sobre ele nas fontes mais confiáveis, como livros e artigos de professores importantes. Por mais que toda literatura seja politizada, é importante termos fontes o mais cientificas possíveis para criar uma opinião relevante e livre de manipulações.

 

18 - Ficção Científica

Estas são talvez a forma de arte mais importante da atualidade pois demonstram situações realmente relevantes para o futuro. Por vezes ela acerta na mosca em séries como Black Mirror e filmes como Matrix, mas por vezes comete erros crassos. As IA nunca desenvolveram consciência, o grande problema por trás delas é que um pequeno grupo de pessoas se torne super poderosas com seu auxílio e crie uma classe de homo sapiens inúteis e fora de qualquer sistema social e politico relevante. Filmes como Matrix e Show de Truman mostram seres humanos tentando fugir de uma caixa que os manipula. Essa caixa podem ser os robôs de Matrix ou a mídia em Show de Truman. Nessas tramas, seus autores deixam claro que só se será feliz ou real de verdade quando se sair das caixas que os aprisionam. Mas na verdade ou fora dela, os heróis (e os espectadores) percebem que as sensações e situações sociais que existiam dentro da caixa se repetem na Matrix. Um bom final para Matrix seria Neo ter que escolher novamente entre a pilula vermelha e azul para sair de uma Matrix maior, que, neste caso, seria o mundo que ele chama de real. Situações assim no nosso mundo vão desde a saída da tirania do Czar russo para a tirania de Stalin, ou mesmo as teorias de cientistas que dizem que realmente estamos vivendo numa simulação. Mas sendo aqui a simulação, o que seria o mundo real. Provavelmente sentiríamos as mesmas coisas que sentimos aqui. Sofrimento aqui tem a mesma dor do sentimento no local "real". O ser humano se orgulha de manipular a realidade a seu bel-prazer, mas esses exemplos mostram como podemos estar sendo manipulados por ela. E essa situação é bem evidente quando percebemos o efeito que o "paraíso capitalista" de consumo que aparece na televisão molda nossas atitudes sociais e profissionais. O ser vivo que manipulou pedras para controlar o mundo, que pensa que deve destruir robôs assassinos para não ser manipulado por uma realidade inferior, na verdade está tendo seus sentimentos e objetivos manipulados o tempo todo por sites e filmes. O filme "Divertida mente" trata de quebrar um paradoxo importante: não somos um ser único, mas sim a mistura e conclusão de vários dispositivos naturais. Neste filme uma menina acaba se desenvolvendo e amadurecendo, e durante esse processo, o telespectador observa as mudanças que acontecem dentro de sua mente, que é controlada por vários seres que se caracterizam pelos sentimento que os nomeiam, temos a Alegria, a Tristeza, e tantos outros, e suas ações se refletem nas ações da garotinha. Um erro que quase foi fatal a garotinha, e endossado pelos telespectadores, é acreditar que a única coisa que a definia era o sentimento "Alegria". Podemos fazer um paralelo com isso no livro "Admirável Mundo Novo" que diferente de seu contemporâneo "1984", não temos um inimigo claro a lutar. Em Admirável Mundo Novo temos uma sociedade manipulada para que todos sejam felizes e saudáveis. A única pessoa em toda a história que não sofre por completo essa manipulação é o chamado "Selvagem" que foi influenciado por obras de Shakespeare, e percebe que essa sociedade moderna, tecnológica, feliz e saudável, na verdade é doente justamente por não ter que passar por situações que se necessita de auto controle, ou prolemas como doença e frustração social. Ao fim da história, John percebe que não tem como sair dessa "matrix" criada pelo governo mundial e se mata.

 

Parte V - Resiliência

19 - Educação

Diferentemente do que era a mil anos atrás, hoje em dia não temos noção do que devemos ensinar a nossos filhos para que eles tenha uma vida descente daqui a 30 anos. Não sabemos o que será relevante no futuro. Em conjuntura, vivemos num mundo inundado em informação. Diferentemente do que era a pouco tempo atrás, com pouquíssimo acesso a informações, bibliotecas mídia, hoje, qualquer miserável tem um smartfone e nele um universo de informações que precisaria de milhares de vidas para conseguir absorver. Uma melhor estratégia para educação seria não colocar informações na cabeça dos alunos, mas sim orientá-los a ver quais informações que chegam automaticamente a seus olhos pela mídia ou internet é realmente valida. Estando este mundo em constante mudança, o que deveríamos estar ensinando? Algumas pessoas acreditam que deveríamos ter uma educação voltado apenas a relações sociais, mas alguma técnica ainda é necessária. Porém, diferentemente da história humana até agora, o salto de mudanças pode ser tão abrupto que o tempo que levamos a nos educar (os primeiros 20 anos de nossa vida) podem não ser o suficiente. Não é uma opção as pessoas depois dos 50 anos se reinventar, como constantemente faz um adolescente. nesta idade as pessoas normalmente já sabem quem são, e sua neurologia não é tão flexível para promover grandes mudanças no seu ser. Num mundo em que as pessoas podem viver mais de 100 anos com facilidade, essa mudança constante de personalidade e estabilidade mental pode ser necessária. Para viver num mundo assim será necessária muita maturidade mental e flexibilidade, e a educação tem um papel primordial. Da forma que ela é promovida, ela não conseguirá se adaptar as constantes mudanças em todos os lugares do globo. Sendo assim, devemos cuidar com os adultos, porque eles realmente não saberão como lidar com o mundo no futuro. Também não devemos confiar totalmente em nós mesmos, hoje temos a consciência de que não existe um "eu" e sim uma série de reações bioquímicas, normalmente manipuladas também por organizações externas. Etas mesmas organizações estão cada vez mais tendo poder sobre nós a partir de algoritmos que só tentem a melhorar. Sem conhecimento, estamos dando nossas informações e por consequência mais poder a eles. Não há dúvidas de que isso pode ser positivo, mas se você ainda quer algum nível de controle sobre sua própria vida, é necessária educação para isso.

 

20 - Sentido

O autor inicia esse grande capítulo sobre sentido citando O Rei Leão, nessa história o pai de Simba afirma para ele que o leãozinho faz parte de um plano maior, e que cada parte desse plano deve fazer a atitude que lhe diz respeito, se isso não ocorrer grandes problemas no plano total podem ocorrer. Como Simba não segue o ensinamento do seu pai, sua savana irrompe em problemas até este voltar aos trilhos. Essa história é um mito indiano antigo, mas ilustra bem a narrativa de sentido que muitas pessoas buscam a partir de religiões, nacionalismo etc. Essas narrativas que dão sentido a vida das pessoas normalmente devem englobar coisas muito maiores que elas. Todavia, narrativas antigas não levam em conta questões atuais como a idade do universo, a física quântica, a evolução das espécies etc. Como pode uma narrativa como o judaísmo, que engloba uma pequena porção das pessoas, do tempo e do espaço da Terra, ter credenciais eternas? O mesmo deve ser dito do comunismo, que tenta encerrar todas as questões pertinentes aos humanos na "luta de classes" e materialismo, mas se esquecem de discutir sobre a idade ou tamanho da galaxia. Algumas narrativas não dão aos humanos capacidade de deixar sua marca na realidade. Primeiro porque nem todas são eternas, então quando o Sol engolir a Terra, elas irão acabar. Outro caso são as narrativas cíclicas como o budismo ou hinduísmo, se a pessoa morre e volta ad infinitum, como dar valor a própria vida se nada sobrará dessa história além de um contexto de nirvana subjetivo? Em geral, o que sustenta os pontos fracos dessas narrativas são emoções humanas como a paixão pois, por mais que a pessoa não tenha como abranger, em sua mente, todo o universo, ao se apaixonar e estar com a pessoa amada, sente que ela e toda aquela situação tem mais significado que toda a existência. Narrativas que dão sentido a vida normalmente estão erradas, o universo não funciona como uma história da forma que nós humanos estamos acostumados a ler. Porém, quando uma criança é bombardeada por essas histórias antes de desenvolver maturidade intelectual para questioná-las, este quando se torna adulto acaba usando seu intelecto para racionalizá-las, e não nega-las. A consequência disso por vezes é bélica, como guerras que ocorrem apenas por discordâncias na compreensão dessa história. E sendo essas histórias, em geral, não passiveis de comprovações, explica-se a quantidade massiva de guerras baseadas em religiões e sistemas políticos. Para que uma narrativa faça mais sentido na cabeça das pessoas, é melhor que ela cause dor e dificuldade. Normalmente nos vangloriamos de uma compra cara não pela utilidade dela, mas sim porque nos demandaram sacrifício financeiro. Esta também é a logica por trás de investimentos mal feitos por governos que, quando gastam numa determinada obra e ela não fica pronta, eles continuam gastando, apenas para justificar o sacrifício financeiro original. Narrativas com o a fascista (que impute em seus seguidores que deixem todas as suas outras características de lado e sirvam apenas a nação) são fortes porque criam uma unidade nas pessoas. Enquanto o individuo é fraco em relação aos problemas globais e cotidianos, quando diluído na multidão, na nação, ele se torna forte, independente da ideologia ser, muito frequentemente, malvada, afinal, se a nação está acima de tudo, fazer o mal para que a nação se sobressaia, torna essa atitude na verdade, o bem verdadeiro. Por vezes esse tipo de narrativa que unifica as ideias do individuo podem criar inconsistências. Percebemos isso quando observamos, por exemplo, muçulmanos que fazem ataques terroristas como represálias a nações que os atacaram primeiro. Ora, se eles realmente acreditam na narrativa islâmica, eles deveriam ficar felizes que seus irmãos em fé morressem, pois ganharam uma passagem sem volta para o paraíso. A narrativa mais aceita no mundo secularizado é a liberal, de que nós, com nosso imenso intelecto, podemos criar o sentido para nossas vidas baseado em nossas escolhas. Tem então tantas escolhas, a liberdade acaba por se tornar um fim, e não um meio de nossa narrativa. Porém, como já visto, não somos donos de nossas decisões. Estas por vezes dependem da nossa química interna, de nosso humor, nossa cultura e genética. Sendo assim, quando tomo uma decisão, não estou refletindo a minha liberdade, mas sim seguindo o fluxo de uma série de manipulações que não tenho ideia de onde começam e terminam. Os humanos criaram muitas ferramentas para moldar o meio em que vivem e assim satisfazer seus desejos. O autor apresenta uma visão niilista ao afirmar que não existe uma narrativa "real". Não existe nada universal nem individual. A história mostra que expoentes de determinadas narrativas também falharam em segui-las quando deparados a situações de ganancia extrema. Afinal de contas é natural ao ser humano distorcer e transformar uma realidade para melhor se adaptar a sua narrativa. Tudo que foi dito aqui deixa a impressão de que,s e não existe narrativa certa, então nada é real. Isto não é verdade. Não existe nada que caracteriza mais o real do que a dor. Quando Tentamos entender porque estamos aqui e perguntamos qual é o sentido da vida, estamos fazendo a pergunta errada, a certa seria "Como acabar com o sofrimento?". Quando lideres religiosos, políticos. e empresários tentam nos imputar ideias como sacrifício, eternidade, pureza e redenção, devemos dar um passo para trás e analisar melhor a situação. Lembrar que existem realidades por trás do pelo sofrimento de algo que não existe, como uma nação, povo escolhido, ou seres conscientes do seu desejo de ser feliz.

 

21 - Meditação

Para finalizar, o autor cita que a meditação o ajudou a ser uma pessoa calma e feliz nesse mundo de incertezas. Quando novo ele era muito ansioso, buscou um sentido em narrativas que rapidamente ele negligenciava por achá-las fictícias demais. Ao ser convidado a participar de um treinamento de meditação, descobriu questões importantes sobre si mesmo. Pode parar analisar sua própria mente a partir de sua respiração, esquecendo grandes questões sobre quem ele é ou o que é o universo. Assim, pela primeira vez na vida conseguiu perceber que a raiva que sentia não era na verdade o objeto externo que lhe causava o sentimento, mas sim a sensação do seu próprio corpo mediante a uma memória ou um evento. A meditação nos ajuda a perceber que não somos os presidentes executivos de nossas ações ou sensações, nem mesmo somos o guarda do prédio. Ao mesmo tempo que exalta as benesses da meditação, cita que é necessária a técnica por trás desse conhecimento. Que cientistas devem continuar a estudar a mente humana e o pensamento de outros povos, mas que para entender realmente a mente, da mesma forma que um antropólogo por vezes vai até determinado local para entender a cultura de lá, um cientista deveria promover a meditação para si mesmo, e não apenas estudar quem a faz. Com o futuro tecnológico que nos espera, talvez inventem uma pilula que crie a concentração total, mas sendo a meditação uma investigação sobre a própria mente, talvez mesmo com a pilula, o efeito não seja o mesmo. Meditação para absorver a realidade, e não para fugir dela. A tempos atrás, tentar negar certas narrativas poderia custar sua vida, no futuro, tentar entender a própria mente pode ser inviável. Devido a ação dos algoritmos e bioengenharia sobre nossas vidas, talvez vivamos um momento único onde ainda há a possibilidade de nos conhecermos. O esforço para esse conhecimento deve começar agora.

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Samuel S.
São Paulo / SP
Samuel S.
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Doutorado: Física (Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA))
Professor doutor pelo ita e pós-doutor em física-matemática, com mais de 10 anos de experiência. Gravamos a aula de graça para você assistir depois!
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em 19 de agosto de 2020

Muito bem resumido!

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