Claude Lévi-Strauss, filósofo e antropólogo bastante preocupado com as generalizações e preconceitos que a cultura europeia comete ao julgar os demais povos não-europeus, acaba de chegar em uma mesa de bar na qual estão sentados Hobbes e Rousseau com a mesma conversa sem fim de sempre: o inglês defende a ideia do ser humano mal, solitário, cruel e ligado aos seus próprios interesses. Já o franco-genebrês, defende a ideia de um humano bondoso, corrompido e aprisionado pelas leis injustas criadas pelos privilegiados para protegerem suas propriedades privadas. O primeiro quer um pacto social em torno de um governante supremo e poderoso, já o segundo, quer um contrato social no qual o poder esteja nas mãos dos cidadãos.
Como você acredita que Lévi-Strauss se posicionaria? Leve em conta os conceitos fundamentais desse pensador: pensamento selvagem; pensamento civilizado; domesticação; ciência concreta; dentre outros.
Levi-Straus foi um antropólogo que desenvolveu um campo de estudo denominado "antropologia estrutural", que consiste na análise da estrutura primitiva da sociedade. O antropólogo rejeita a ideia de privilégio do ser humano no mundo, para ele não há uma questão de maldade ou bondade, o que há é um par de narrativas míticas - tais como masculino-feminino, pai - mãe, maldade - bondade - refletem questões primordiais que afetam as sociedades humanas, nas quais a cultura tem predomínio sobre a natureza. Opôs-se a ideia de superioridade e privilégio da civilização ocidental, defendia que as sociedades tribais têm uma mesma mente civilizada.
