Arcadismos - questão 3
Literatura
3. (Unesp 2020) Leia o soneto “VII”, de Cláudio
Manuel da Costa, para responder à questão a
seguir.
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
No soneto, o eu lírico expressa um sentimento
de inadequação que, a seu turno, se faz presente
na seguinte citação:
a)“A independência, não obstante a forma em que
se desenrolou, constituiu a primeira grande
revolução social que se operou no Brasil.”
(Florestan Fernandes. A revolução burguesa no
Brasil.)
b)“Todo povo tem na sua evolução, vista àdistância,
um certo ‘sentido’. Este se percebe não nos
pormenores de sua história, mas no conjuntodos
fatos e acontecimentos essenciais que a
constituem num largo período de tempo.” (Caio
Prado Júnior. Formação do Brasil
contemporâneo.)
c)“A ocupação econômica das terras americanas
constitui um episódio da expansão comercial da
Europa. A descoberta das terras americanas é,
basicamente, um episódio dessa obra ingente. De
início pareceu ser episódio secundário. E na
verdade o foi para os portugueses durante todo
um meio século.” (Celso Furtado. Formação
econômica do Brasil.)
d)“Trazendo de países distantes nossas formas de
convívio, nossas instituições, nossas ideias, e
timbrando em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda
hoje uns desterrados em nossa terra.” (Sérgio
Buarque de Holanda. Raízes do Brasil.)
e)“A formação patriarcal do Brasil explica-se, tanto
nas suas virtudes como nos seus defeitos, menos
em termos de ‘raça’ e de ‘religião’ do que em
termos econômicos, de experiência de cultura e
de organização da família, que foi aqui a unidade
colonizadora.” (Gilberto Freyre. Casa-grande e
senzala.)