Olá, Eduardo! O narrador onisciente intruso possui duas capacidades: a. de saber o que se passa no íntimo de cada personagem da trama, estabelecendo tanto visões dele próprio em relação aos conflitos que se desenrolam ao longo da história bem como b. intervir em algum aspecto e/ou cenário da ao longo dessa história, quando possível (e cabível).
O narrador onisciente múltiplo possui um caráter de interferência um pouco menor. Um exemplo bom é a "Ilustre Casa de Ramires", de Eça de Queiroz. Nessa obra, há quatro histórias desenvolvidas ao longo do livro. Porém, o narrador está presente no relato de cada uma delas apenas apresentando em certo grau suas impressões sobre certos desdobramentos, mas sua subjetividade apenas conduz o leitor ao longo dessas histórias. Há alguma subjetividade, impressões, mas nada que mude muito o rumo da trama. Parte de algumas histórias se encontram no passado tanto do personagem principal quanto do narrador, o que naturalmente impede uma participação efetiva desse narrador no que tange alterar os rumos do enredo.