Olá, Aline!
Sobre o primeiro provérbio, conforme já respondido pelos colegas, trata-se de locução adverbial longa deslocada para o início da oração, devendo ser separada por vírgula.
Quanto à frase “É cada uma que parece duas”, podemos considerá-la um caso bem peculiar e interessante para analisar, pois envolve dois verbos que apresentam casos especiais de concordância. No entanto, precisamos avaliar alguns pontos até chegarmos à conclusão do raciocínio.
1. Há um verbo “ser” elíptico na oração subordinada. Para compreendermos a flexão verbal na segunda oração, é necessário perceber que existe um verbo elíptico: “É cada uma que parece [serem] duas”. Não devemos confundir esse verbo com o “é”, que aparece no início da frase.
2. O verbo “ser” representa um caso especial de concordância verbal. Em regra, os verbos concordam com o sujeito. Porém, quando o sujeito e o predicativo possuem flexões diferentes de número, prevalece o plural na flexão verbal. Ex.: “Cada caixa SÃO vinte reais”.
3. O verbo elíptico “ser” está associado ao verbo “parecer”, que também representa um caso de concordância especial. Quando participa de locuções verbais, o verbo “parecer”, funcionando como auxiliar, pode:
a) ser flexionado, mantendo o verbo principal no infinitivo impessoal (regra geral); ou
b) permanecer na terceira pessoa do singular, transferindo a flexão para o verbo infinitivo pessoal (regra peculiar).
4. Assim, considerando as regras de concordância dos verbos “ser” e “parecer”, teremos duas opções para a sentença em análise:
a) “É cada uma que parecem [ser] duas” – “É cada uma que parecem duas”; ou
b) “É cada uma que parece [serem] duas” – “É cada uma que parece duas”.
5. Concluindo, estará correto o uso do verbo “parecer” tanto no singular, quanto no plural.
Espero ter ajudado!