Dúvidas nas frases abaixo - ajuda

Professor Miguel R.

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Respondeu há 5 meses

Pedro, veja:

"Com um sujeito singular que se refira a coisas

Havendo um sujeito singular que se refira a coisas e um predicativo do sujeito no plural, o verbo deverá ser escrito também no plural.

• Minha vida foram só desilusões.
• Minha felicidade são as brincadeiras e aconchegos de meus filhos.

Nota: Caso o sujeito indique pessoas, a concordância verbal da oração deverá ser feita com o sujeito.

• Minha filha é só alegrias e orgulho.
• Pedro era só confusões e faltas de consideração." (norma culta)

Portanto:

O limite eram 30 unidades. - sem "de"

Infinitivo flexionado ou não:

Incentivei as pessoas a deixar um comentário. - "Não se flexiona o infinitivo com preposição que funcione como complemento de substantivo, adjetivo ou do próprio verbo principal: O pai convenceu os filhos a voltar cedo. / Continuamos dispostos a comprar a casa. / Remédios ruins de tomar. / As emissoras conquistaram o direito de transmitir todos os jogos de vôlei. / Eram exercícios fáceis de resolver." (Manual Estadão)

(Nós) Poderíamos pedir a eles para retirarem no Restaurante. - sujeitos diferentes; e "o infinitivo é flexionado quando pode ser substituído por um tempo finito (indicativo ou subjuntivo, em geral): É preciso saírem logo (saírem = que saiam). / O coronel intimou-os a se renderem (a que se rendessem). / É tempo de partires (de que partas). / Não compete a vocês queixarem-se de nós (que se queixem). / Convém chegarmos ao fundo da questão (que cheguemos)." (Idem)

Vírgula:

Após resposta do fornecedor, favor ajustar o centro de custo. - adj. adverbial de mais de 3 termos antes da or. principal: convenciona-se separar por vírgula, sendo esta recomendável. 

Favor ajustar o centro de custo após a resposta do fornecedor. - ordem direta: não há vírgula.

Espero tê-lo ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro. 

Professor José G.

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Respondeu há 5 meses

Pedro,

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER

A concordância com o verbo de ligação ser tem uma particularidade. Quando o sujeito é coisa (e não pessoa), a concordância se dá, geralmente, com o predicativo, e não com o sujeito, fugindo assim da regra geral de concordância verbal, que estabelece: o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito (Ele estuda/Nós estudamos).

O verbo de ligação é vazio de significado. Serve apenas de união entre o sujeito e o predicado, expressando certos aspectos. Por isso, o verbo ser é conhecido como o verbo copulativo por excelência.

Como deve de ser do seu conhecimento, com verbo de ligação o predicado é nominal (e não verbal), e, o que vem depois dele, é chamado de predicativo do sujeito.

Nos exemplos por você citados, as concordâncias recomendadas são:

1. O limite eram 30 unidades (concordando com o predicativo: 30 unidades, e não com o sujeito O limite).

2. O limite era de 30 unidades. (O emprego da preposição “de” não é obrigatório. Mas, caso a utilize, ela inviabiliza a concordância do verbo ser com o predicativo, devendo esta se dar com o sujeito.)

NOTA: Caso queira se aprofundar nas particularidades da concordância do verbo ser, no final apresentamos matéria sobre esse assunto.

INFINITIVO FLEXIONADO / NÃO FLEXIONADO

Com relação ao infinitivo, a regra geral é esta: flexiona-se quando tem ele sujeito próprio, diverso do sujeito do verbo regente, e não se flexiona quando os sujeitos são idênticos.

Em resumo:

Sujeito próprio = flexiona-se

Sujeito idêntico = não se flexiona

Exemplos em que os sujeitos dos infinitivos são diferentes dos sujeitos dos verbos de que dependem esses infinitivos, razão pela qual os infinitivos são (ou devem ser) flexionados:

• Solicitamos a V. Sas. o obséquio de enviarem...
• Peço aos meus amigos o obséquio de não entrarem...
• É louvável o desejo de aprenderem.
• Referi-me à intenção de partirem.

Assim sendo, as construções sugeridas para os exemplos por você apresentados são:

• Incentivei [eu] as pessoas [elas] a deixarem um comentário.
• Poderíamos [nós] pedir a eles para retirarem [o produto adquirido] no restaurante.

Obs.: A melhor construção (a recomendada) com o verbo pedir, neste caso específico, seria:

• Poderíamos pedir a eles que retirem no restaurante [o produto adquirido].

Justificativa: O verbo pedir só aceita a preposição para quando existe a ideia de licença ou permissão. Assim, por exemplo: O aluno pediu para ir ao banheiro. (Isto é: pediu licença.). O namorado pediu para dar um beijo à namorada. (Isto é: pediu permissão.). Não havendo essa ideia, constrói-se pedir que: Peça que ela me traga um analgésico! Pedi que me trouxessem um copo de água gelada. (E não: Pedi para me trazerem.) Peçam que seus filhos parem de gritar! (E não: Peçam para seus filhos pararem de gritar!)

USO DA VÍRGULA

Após resposta do fornecedor, favor ajustar o centro de custo. (Correto: expressão adverbial de tempo deslocada para o início do período.)

Se for escrita desta forma: Favor ajustar o centro de custo após a resposta do fornecedor. (- Seria sem a vírgula?) – Sim, seria sem a vírgula. Não há necessidade do emprego da vírgula, uma vez que a expressão adverbial de tempo (adjunto adverbial) está no lugar certo, na posição normal, na ordem natural dela, que é no fim do período/frase.

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CONCORDÂNCIA DO VERBO SER

A regra geral da concordância verbal estabelece que o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito:

• Ele estuda.
• Nós estudamos.

A concordância com o verbo ser, no entanto, pode fugir à regra geral, quando empregado como verbo de ligação, caso em que liga o predicativo ao sujeito. Ela poderá ser feita com o sujeito gramatical ou com o predicativo do sujeito, dependendo das situações. Isso acontece porque, com o verbo ser a concordância verbal apresenta algumas especificidades.

Verbo ser concordando com o sujeito (quando este for nome de pessoa ou pronome pessoal reto):

• Luís era os amores de toda a família.
• Aguinaldo é as únicas esperanças do casal.
• Hélen será os meus mimos para todo o sempre.
• Eu sou
• Nós somos
• Ele será um excelente advogado.
• Eles serão uns excelentes advogados.

Verbo ser concordando com o predicativo do sujeito (quando o sujeito for representado por pronome demonstrativo ou pronome interrogativo):

• Isto são mentiras!
• Quem são vocês?

O predicativo do sujeito é o termo da oração que caracteriza o sujeito, atribuindo-lhe uma qualidade. Aparece depois de um verbo de ligação. Neste caso, depois do verbo ser.

1. Quando os pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo atuam como sujeito, a concordância é feita com o predicativo do sujeito:

• Você acha que tudo é brincadeira?
• Você acha que tudo são flores?
• Aquilo é uma barata?
• Aquilo são baratas?
• Isso foram intrigas da oposição.
• Aquilo eram manobras políticas.
• Tudo são meras especulações.
• Nada foram fatos comprovados.

2. Os pronomes interrogativos "quem", "que", "o que" em frases com o verbo "ser", normalmente exercem a função de predicativo e não de sujeito; o verbo "ser" não concorda com eles e sim com o sujeito.

• Quem seriam aquelas criaturas?
• Que eram os idos antigos no calendário romano?
• O que são rimas aliteradas?
• "Quem hão de ser esses infelizes?" (J. G. Dantas)
• Quem serão esses calouros?
• O que são estas encomendas?
• Quem são estas pessoas?
• Que são estepes, Clarisse?
• Quem és tu, afinal?

3. Quando há um sujeito no singular que se refere a coisas (não a pessoas) e um predicativo do sujeito no plural, a concordância é feita com o predicativo do sujeito:

• Que sua vida sejam só alegrias.
• Meu dia são só confusões.
• O mundo são os homens.
• A vida são as lutas de todos os dias.
• "O Brasil são os brasileiros que aqui vivem"

4. Se o verbo ser figurar entre dois nomes de números diferentes, concordará geralmente com o termo que se encontra no plural:

• O que arruinou o Presidente foram as fitas gravadas.
• Nossa cama são algumas folhas de bananeira.
• Cidade são casas em volta de ruas.
• Meus amigos são gente influente.
• Os donativos eram insignificância.

5. Quando o sujeito é nome próprio ou comum de pessoa e o predicativo é substantivo comum, o verbo concorda no singular com o nome de pessoa.

• Lili é os cuidados de sua mãe.
• Luís era os amores de toda a família.
• Aguinaldo é as únicas esperanças do casal.
• Hélen será os meus mimos para todo o sempre.

6. Quando impessoal (sem sujeito) o verbo ser, na indicação de fenômenos atmosféricos ou de horas e datas, a concordância é feita com o numeral, ou seja, com o predicativo:

• Já é uma da manhã!
• Já são duas da manhã!
• É só mais um quarteirão.
• São só mais dois quarteirões.
• Hoje são dezoito de dezembro.
• Ontem foram dezessete de dezembro.
• Amanhã serão dezenove de dezembro.
• Eram quatro horas da tarde.
• Seria muito cedo.
• É noite escura.
• Eram as ave-marias.
• Que horas são? É uma hora. São duas horas. É meio-dia e meia. É meia-noite.
• Que dia é hoje?
• Quantos são hoje? - Hoje são 18 de maio.

Observações:

a) Aparecendo, porém, a palavra dia no predicativo, o verbo ficará no singular:

• Quanto é hoje? Hoje é dia dezoito de maio.
• Ontem foi dia dezessete de dezembro.

b) Quando o verbo ser, nas expressões que se referem às horas, vem modificado por uma das seguintes locuções, "perto de", "cerca de", "mais de", tanto podemos conservá-lo na 3ª pessoa do singular como do plural, indiferentemente:

• Era perto de quatro horas.
• Eram perto de quatro horas.
• É meia-noite...
• São vinte e quatro horas...

7. Quando o sujeito ou o predicativo é pronome pessoal, com ele concorda o verbo; se ambos (sujeito e predicativo) forem representados por pronomes pessoais, o verbo concorda com o que estiver exercendo a função de sujeito. O pronome pessoal pospõe-se ao verbo:

• O professor aqui sou eu; o aluno és tu.
• O maior vitorioso foram vocês.
• O responsável por Jeni seremos nós.
• O dono desta camioneta são vocês.
• O Brasil somos nós.
• Os abnegados sois vós.
• Eu não sou eles; eles não são eu.
• Eu sou ele? Ele é eu?
• Ele era as piadas da família.
• A escola somos nós!
• Minha alegria são eles.
• Um dia, eu serei ele.
• Um dia, ele será eu.
• Eu não sou você.
• Ele não é eu.
• Tu não és eu.
• Nós não somos vocês.

8. Quando são usadas as expressões "muito", "pouco", "tanto", "demais", "mais de", "mais que", "menos de", “o suficiente”, “o bastante”, na indicação de preço, medida, quantidade, o verbo ser fica sempre no singular, independentemente da quantidade expressa:

• Cinco metros foi suficiente para fazer o vestido.
• Cinco litros de refrigerante é muito!
• Oito meses será muito tempo. Cristina. Vou sentir saudades.
• "Três mil cruzeiros é pouco pelo serviço." (E. Bechara)
• "Três metros é menos do que preciso." (Cegalla)
• "Vinte metros é mais do que preciso." (C. Pereira)
• Três é demais!

9. Na expressão é que, cuja função é reforçar um termo da oração, o verbo ser permanece invariável, independentemente de o sujeito estar no singular ou no plural:

• Eu é que sou feliz!
• Nós é que somos felizes!
• Eles é que são felizes!

10. Nas expressões é de ver, é de notar, é de reparar..., quando antepostas ao substantivo, o verbo ser permanece sempre no singular, mesmo quando seguido de um substantivo plural:

• É de notar nos comportamentos inadequados daqueles jovens.
• Era de ver as condições do apartamento.

11. Costuma-se construir:

• Quanto é dois mais dois? - É quatro.
• Quanto é três quintos de dois terços? - É seis quinze avos.

11.1. Embora não constitua erro palmar tal concordância, melhor será construir assim:

• Quantos são dois mais dois? - São quatro.
• Quantos são três quintos de dois terços? - São seis quinze avos.

12. Com o verbo ser, admite-se o singular ou o plural, mas com preferência para esta concordância:

• Era (ou Eram, preferível) cerca das duas horas quando isso aconteceu.
• É (ou, São, preferível) perto de vinte pessoas ao todo.