De domingo
— Outrossim?
— O quê?
— O que o quê?
— O que você disse.
— Outrossim?
— É.
— O que que tem?
— Nada. Só achei engraçado.
— Não vejo a graça.
— Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias.
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.
— Se bem que parece uma palavra de segunda-feira.
— Não. Palavra de segunda-feira é "óbice".
— “Ônus".
— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.
— “Resquício” é de domingo.
— Não, não. Segunda. No máximo terça.
— Mas “outrossim”, francamente…
— Qual o problema?
— Retira o “outrossim”.
— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.
• no texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso está promovendo uma aproximação ou um distanciamento entre os interlocutores ponto de interrogação Explique como você chegou a essa conclusão
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Yllana, há um distanciamento entre os dois personagens, visto que há várias discordâncias acerca da graça ou não de "outrossim", de se uma palavra é de certo dia da semana, além do fato de um dos personagens pedir para "retirar" a palavra, e o interlocutor não aceitar.
Espero tê-la ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.
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Eu acredito que ambos, pois em algumas partes eles discordam e outras há o uso de "também" como concordância. Porém no final do texto eles acabam com uma discordância maior.
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