O papel da escrita ativa e da tradução
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Por: Gabriel S.
15 de Julho de 2025

O papel da escrita ativa e da tradução

Na consolidação da aprendizagem auditiva no inglês como segunda língua

Inglês Conversação Básico Gramática Intermediário Ensino Fundamental Avançado Reforço Escolar Tradução Ensino Médio Adolescentes Vestibular TOEFL Negócios Viagens e Turismo IELTS aprendizado de idiomas escuta ativa tradução escrita motivação no aprendizado Input compreensível engajamento cognitivo Aprendizagem autônoma

Resumo

Este artigo analisa uma técnica simples, porém eficaz, utilizada por aprendizes de inglês para reforçar a compreensão auditiva e a aquisição de vocabulário nos estágios iniciais do aprendizado. A prática de copiar textos em inglês e escrever suas traduções em português é discutida à luz de teorias sobre input compreensível, escrita ativa e engajamento cognitivo. A técnica é especialmente útil para alunos com baixa motivação, funcionando como uma ponte entre o contato inicial com o idioma e o desenvolvimento da autonomia linguística. Também é apresentada uma reflexão sobre a experiência pessoal de aprender uma nova língua sem motivação e como essa vivência contribui para o entendimento dos desafios enfrentados pelos estudantes de inglês.


O estudo de textos com áudio é amplamente reconhecido como uma das práticas mais eficazes para o desenvolvimento das habilidades de escuta e leitura em línguas estrangeiras (Chang & Millett, 2014; Nation, 2009). No entanto, especialmente nos estágios iniciais do aprendizado, é comum que estudantes relatem desmotivação ou resistência ao utilizar esse tipo de material, percebido muitas vezes como monótono ou difícil. Diante desse cenário, estratégias de baixo custo cognitivo, mas de alto impacto, tornam-se especialmente valiosas.

Uma dessas estratégias é a prática de copiar um texto em inglês e escrever a tradução em português logo abaixo de cada linha. Essa técnica, embora aparentemente simples, mobiliza diversos mecanismos mentais importantes para o aprendizado. Primeiro, ela transforma o estudante em um agente ativo do processo, o que segundo Swain (2000), promove a output hypothesis, ou seja, a produção de linguagem como ferramenta de internalização de estruturas. Segundo, ao alternar entre os dois idiomas, o estudante reforça o reconhecimento consciente de padrões linguísticos e aproxima a forma da língua de seu significado — o que Krashen (1982) chama de comprehensible input.

Além disso, essa prática favorece o que Mayer (2002) define como engajamento cognitivo ativo, ao exigir do estudante não apenas leitura e escuta passivas, mas a construção de relações entre o texto em inglês, sua pronúncia e seu significado em português. O simples ato de reescrever e traduzir força o cérebro a desacelerar e prestar atenção nas estruturas da frase, nas escolhas lexicais e até nas preposições utilizadas — itens que geralmente passam despercebidos em uma escuta desatenta.

Partindo de uma experiência pessoal no aprendizado de francês, uma língua em relação à qual não se tinha uma motivação intrínseca forte, é possível observar como a aplicação da técnica foi fundamental para superar o bloqueio inicial. A falta de motivação, frequentemente interpretada como desinteresse ou descompromisso, pode estar relacionada a um sentimento de frustração diante de tarefas difíceis. Técnicas como essa permitem ao estudante gerar pequenos avanços, o que, segundo Dörnyei e Ushioda (2011), é um dos fatores mais eficazes na construção de motivação sustentável.

Portanto, mesmo em contextos de desânimo, a prática de escrever o texto em inglês e traduzir linha por linha oferece não apenas uma estratégia de aprendizado, mas também uma ferramenta de autorregulação emocional e motivacional. Ela permite ao estudante manter o contato diário com o idioma, mesmo quando não há energia para tarefas mais complexas — uma aplicação prática do conceito de minimum viable effort (Clear, 2018).

Ao final, é possível afirmar que pequenas práticas como esta não devem ser subestimadas, sobretudo para aqueles que estão nos primeiros estágios da aprendizagem e ainda não consolidaram uma rotina autônoma de estudos. A combinação de input auditivo com tradução escrita e engajamento ativo se mostra uma estratégia eficiente e acessível a todos os perfis de estudante.


Referências bibliográficas

  • Chang, A. C.-S., & Millett, S. (2014). The effect of extensive listening on developing L2 listening fluency: Some hard evidence. ELT Journal, 68(1), 31–40.

  • Dörnyei, Z., & Ushioda, E. (2011). Teaching and Researching Motivation (2nd ed.). Routledge.

  • Krashen, S. D. (1982). Principles and Practice in Second Language Acquisition. Pergamon.

  • Mayer, R. E. (2002). Multimedia learning. Cambridge University Press.

  • Nation, I. S. P. (2009). Teaching ESL/EFL Listening and Speaking. Routledge.

  • Swain, M. (2000). The output hypothesis and beyond: Mediating acquisition through collaborative dialogue. In J. P. Lantolf (Ed.), Sociocultural Theory and Second Language Learning (pp. 97–114). Oxford University Press.

  • Clear, J. (2018). Atomic Habits: An Easy & Proven Way to Build Good Habits & Break Bad Ones. Avery.

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