Por que seu inglês está estagnado?
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Por: Gabriel S.
15 de Julho de 2025

Por que seu inglês está estagnado?

O papel do costume e da velocidade de compreensão na fluência

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Resumo

Este artigo investiga um fator muitas vezes negligenciado no processo de aquisição da fluência em inglês: o nível de costume com a língua. A hipótese aqui discutida é que a estagnação de muitos estudantes de inglês não se dá por falta de conhecimento gramatical ou vocabulário isolado, mas sim por uma exposição insuficiente à língua em sua forma natural e contínua. Discutimos o papel do tempo de exposição, da velocidade de compreensão e da imersão linguística na transição do inglês como língua estrangeira para o inglês como um idioma “familiar” ao estudante.


Um dos maiores desafios enfrentados por estudantes intermediários de inglês é o sentimento de estagnação. Mesmo após meses ou anos de estudo, leitura de textos, visualização de vídeos educativos e conhecimento de regras gramaticais, muitos relatam a dificuldade de manter uma conversa fluente. A resposta para esse impasse pode estar em um elemento fundamental: o costume com a língua, ou seja, o grau de familiaridade que o cérebro do estudante tem com os padrões sonoros, entonacionais e estruturais do idioma.

Aprender um idioma não é apenas memorizar vocabulário ou entender regras sintáticas. É principalmente um processo de se acostumar com ele — se acostumar com a velocidade com que ele é falado, com o ritmo de suas frases, com as entonações usadas em perguntas, negações, ênfases. Krashen (1982), um dos principais nomes da aquisição de segunda língua, defende que o fator mais importante para a fluência é o chamado comprehensible input — ou seja, a exposição massiva a conteúdos ligeiramente acima do nível atual do aluno. Segundo ele, quanto mais input compreensível um estudante recebe, mais naturalmente ele internaliza a língua.

No entanto, como afirmam Chang & Millett (2014), não basta apenas ouvir ou ler esporadicamente. É necessário que esse contato seja constante, repetido e variado. O inglês precisa se tornar tão familiar quanto o português — e isso só acontece por meio de centenas, senão milhares, de horas de contato com a língua. Não é exagero imaginar que existem mais de cem níveis possíveis de “costume” com a língua, e cada estudante está em um desses níveis. Muitos, no entanto, interrompem sua jornada ao atingirem níveis intermediários de familiaridade, acreditando que já dominam a língua, quando na verdade ainda não a processam de forma automática.

A fluência, portanto, é uma questão de velocidade de compreensão. E essa velocidade só aumenta com repetição. Quando o cérebro não precisa mais parar para traduzir ou decodificar estruturas, ele começa a entender inglês como entende o português: em tempo real, com naturalidade. Conforme apontado por Ellis (2005), a internalização dos padrões linguísticos ocorre com maior eficácia quando o aluno está exposto à língua de forma contextual e repetitiva, especialmente em situações autênticas de comunicação ou em materiais com entonação natural.

Por isso, se o seu inglês parece estagnado, não é hora de estudar mais regras ou decorar novas listas de palavras. É hora de se expor mais. De assistir a séries com legenda em inglês. De ouvir podcasts todos os dias. De ler artigos, livros, diálogos. De fazer com que o inglês soe familiar aos seus ouvidos. Como afirmam Nation & Webb (2011), o domínio lexical e a fluência oral são consequências naturais de um alto volume de input. O segredo não é aprender mais, mas se acostumar mais.


Referências bibliográficas

  • Chang, A. C.-S., & Millett, S. (2014). Extensive listening and viewing in the L2 classroom. The European Journal of Applied Linguistics and TEFL, 3(2), 73–91.

  • Ellis, R. (2005). Principles of instructed language learning. System, 33(2), 209–224.

  • Krashen, S. D. (1982). Principles and Practice in Second Language Acquisition. Pergamon Press.

  • Nation, I. S. P., & Webb, S. (2011). Researching and Analyzing Vocabulary. Heinle ELT.

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