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em 01 de Agosto de 2021
O nome autismo é dado a um conjunto de transtornos de desenvolvimento que causam
problemas na linguagem, dificuldades de comunicação, interação social e comportamento das
pessoas. Em 2013, no lançamento da 5
a edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM-V), o autismo recebeu uma nova nomenclatura: Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA). A partir dessa consideração de espectros os graus de autismo puderam ser melhor avaliados,
estudados e trabalhados por especialistas e pela ciência em geral.
O quebra cabeça é um símbolo bem comum do autismo. Esse símbolo representa toda a
complexidade que envolve o TEA e a dificuldade que eles têm para se encaixar na sociedade. Além
disso, a fita é um símbolo que mostra que é possível alguém com autismo viver a vida de forma plena
e funcional. Nesse sentido, o símbolo do laço é usado para demonstrar os locais especiais reservados
para aqueles que possuem autismo (CIDADE DE SÃO PAULO, 2019).
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Figura 5: Símbolo do autismo.
A ONU instituiu o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo, ou
apenas Dia do Autismo, com objetivo de alertar e ampliar o debate sobre a doença. O primeiro evento
ocorreu em 2008 e desde então, vêm se provando uma excelente ferramenta de quebra de
preconceitos e de falta de informação.
O autismo não tem cura, um indivíduo que é diagnosticado com TEA irá ser autista por toda a
sua vida. É possível estabelecer o diagnóstico de TEA desde os 3 anos de idade. Assim que ocorre o
diagnóstico, é necessário buscar acompanhamento médico e psicológico, quanto mais cedo o autismo
for detectado e for trabalhado, mais eficiente será o tratamento.
Todas as pessoas que possuem autismo apresentam sintomas em comum como dificuldades de
comunicação, interação e comportamento social, além de terem, na maioria das vezes,
comportamentos rotineiros e repetitivos. Em relação a interações sociais permanecem um déficit na
reciprocidade social e emocional, interferindo em seu modo de se relacionar com outras pessoas.
O autismo afeta cada indivíduo de maneira e intensidade diferentes, depende de fatores como
o grau de comprometimento, associação ou não com deficiência intelectual e com presença ou não de
fala. Alguns indivíduos autistas podem ter dificuldades de aprendizado em diversas fases da vida,
desde o estudo na escola até aprender atividades do dia a dia simples como tomar banho ou preparar a
própria refeição. Enquanto muitos podem levar uma vida relativamente normal, outros autistas podem
precisar de ajuda profissional durante toda a vida.
O autismo apresenta três diferentes níveis (BRANDAO, 2021):
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Nível 1 - é o mais leve, nele as crianças apresentam dificuldades para se relacionar com outras
pessoas e podem não querer interagir com os outros, em geral, possuem dificuldades para trocar de
atividades e problemas na hora de planejar e organizar as coisas;
Nível 2 - as crianças podem ter um nível um pouco mais grave de deficiência nas relações
sociais e na comunicação verbal e não verbal, além disso, são mais inflexíveis, podem também ter
comportamentos repetitivos e dificuldade com mudança, mudar o foco de suas ações também é
custoso para pessoas no nível médio;
Nível 3 - ficam os déficits mais graves em relação à comunicação verbal e não verbal, a
habilidade social também se estabelece com muito custo, comportamentos como a dificuldade para
lidar com mudança e ações repetitivas, se tornam ainda piores, lidar com a mudança se torna ainda
mais difícil.
Alguns dos sinais e sintomas do autismo na comunicação e linguagem são: a criança autista
sabe falar, mas prefere não se comunicar; repete uma pergunta várias vezes seguidas sem se importar
se está chateando os outros; tem sempre a mesma expressão no rosto e não entende gestos e
expressões faciais dos outros; quando fala, a comunicação é monótona.
Algumas características comuns em jovens autistas são: costumam ter sintomas de depressão e
ansiedade; têm dificuldade de interação social, e interesse apenas em atividades específicas.
O principal objetivo do tratamento do autista é reduzir os sintomas a partir do aprendizado e
desenvolvimento, isso melhora suas habilidades sociais e comunicação.
Para desenvolver o potencial cognitivo de adolescentes e jovens com TEA ou apenas algum
déficit cognitivo é imprescindível que se conheça estes alunos. Além disso, que se tenha um
acompanhamento das potencialidades e dificuldades deles, seja avaliado não apenas o espaço escolar,
mas também que a escola reconheça a família e a sociedade em que este indivíduo está inserido.
O professor deve estimular a concentração dos alunos durante as tarefas, porque o que mais
interfere no aprendizado do autista e na sua vida cotidiana é o déficit de atenção. Um bom material faz
com que o aprendiz exiba seus conhecimentos e habilidades que variam até atingir desempenhos mais
refinados.
De acordo com Bereohff (1991):
Educar uma criança autista é uma experiência que leva o professor a rever e
questionar suas ideias sobre desenvolvimento, educação, normalidade e
competência profissional. Torna-se um desafio descrever um impacto dos
primeiros contatos entre este professor e estas crianças tão desconhecidas e na
maioria das vezes imprevisíveis. (BEREOHFF, 1991)
Há vários projetos no Brasil envolvendo pesquisas sobre o TEA. Um deles é o projeto A
Fada do Dente, que surgiu em 2008 com o objetivo de estudar os mecanismos biológicos envolvidos
no TEA. Foi idealizado por pesquisadores que iniciaram a coleta de dentes de indivíduos com TEA
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desde 2009, sendo a pesquisa realizada na USP. No projeto, a polpa do dente de leite é utilizada para
obter as células-tronco que são utilizadas para a produção das iPSC, depois são produzidas células do
sistema nervoso (neurônios, astrócitos, etc.) e mini-cérebros que são usados para estudar os
mecanismos biológicos envolvidos no autismo. Este tipo de estudo se chama modelagem de doença,
isto é, produzem um modelo para estudar determinada patologia e ao mesmo tempo criam uma
plataforma para testar medicamentos in vitro, com objetivo de encontrar maneiras de melhorar os
sintomas clínicos (A FADA DO DENTE, 2015).