O título do artigo é a resposta que 100% dos professores de inglês que trabalharam em cursos já receberam dos alunos no primeiro dia de aula do primeiro livro do curso se eles tinham algum conhecimento de inglês.. Também pode ser a sua resposta, professor de outra matéria que esteja lendo o artigo. Mas o que poucos sabem é que o “inglês de escola” e o “inglês de curso” são duas coisas completamente distintas. Para começar, os objetivos dos dois são completamente diferentes.
É muito comum o professor do curso perguntar ao aluno o porquê de o aluno ter se matriculado no curso. Alguns professores até fazem o aluno escrever e assinar o objetivo, até para usá-lo como motivação caso o aluno comece a faltar às aulas, deixar de fazer o dever de casa ou apenas mostrar-se desmotivado. Essa pergunta é válida para alunos de qualquer matéria (aluno), de qualquer idade e qualquer nível (isso também é valido para aulas particulares e será detalhado posteriormente). Já “na escola...”, bem, o professor já deve entrar em sala de aula, qualquer aula, qualquer nível, (supostamente) sabendo o objetivo do aluno (que acabam sendo dois): passar na prova e passar de ano.
Os motivos e razões que levam uma pessoa a matricular-se em curso de inglês são os mais variados possíveis, e mesmo dois alunos tendo os mesmos, suas atitudes perante o curso podem ser completamente distintas. O exemplo mais clássico é que ando o aluno escreve (eu faço o aluno escrever e assinar) algo do tipo: “porque eu sou obrigado” ou “porque meus pais mandam”. Até esses podem acabar motivando-se e tornando-se ótimos alunos. Outros exemplos são qualificação profissional, viagens (a passeio, negócios ou intercâmbio), entender música, assistir filmes e séries sem legendas, e muitos outros. Já tive alunos que eram aposentados e queriam passar o tempo.
O motivo do aluno do “inglês de escola” estar em sua sala de aula é simples e sucinto: faz parte da grade e reprova (muito dificilmente, mas reprova). Aí entra o objetivo do professor. Não obstante, o professor pode ir além de ensinar o aluno a passar na prova e passar de ano, e apenas os verdadeiros professores o fazem: despertar o interesse do aluno em aprender o inglês e procurar um curso e/ou um intercâmbio. É claro que há no Brasil um disparate imenso entre escolas, começando com a particular X pública e indo além para diferenças entre cada uma das modalidades.
Entre as particulares, nós temos as escolas “papai e mamãe”, geralmente caras, as religiosas, as escolas “boate” (melhor estilo “pagou passou”) e outras. Nas públicas, infelizmente, até porque é nelas que encontramos um percentual elevado de “verdadeiros professores” o disparate é ainda maior. A qualidade de ensino é o resultado de uma quantidade imensurável de variáveis. Seria impossível falar sobre todas, mas a regionalidade e localização (região do país e grande centro ou interior), o histórico da educação no estado ou município, a importância dada à educação pelo atual prefeito ou governador. Enfim, uma miríade de questões que podem ser analisadas e abordadas individualmente.
Em ambos os casos, particulares e públicas, o professor tem essa oportunidade e mesmo que o aluno não tenha uma estrutura adequada não significa que ele ou ela não possa ter o interesse em aprender o idioma (ou qualquer outro, ou qualquer outra matéria). Já no caso da aula particular, é onde podemos encontrar um coquetel de motivos e razões juntos e misturados. Porém, uma característica é bem consistente: o aluno tem uma estrutura acima da média que o permite pagar um professor particular, já que costumamos ser mais caros.
O aluno particular pode ser de qualquer idade e ter qualquer nível de inglês. Ele pode precisar de reforço escolar para passar na prova ou de ano. Ele pode querer um aumento salarial, talvez uma promoção. Também pode ser aquele aposentado que quer passar o tempo. Podemos nos assustar com o motivo e/ou razão de um aluno procurar um professor particular de inglês. Há casos em que é até uma necessidade devido a alguma questão psicológica. Aí entra a versatilidade do professor.
O professor particular, principalmente o principiante (é, meu jovem, a realidade é dura, seja bem-vindo), tem que estar pronto para ser o “professor camaleão”. Ele precisa se adaptar completamente às necessidades do aluno, ou alunos em caso de duplas ou turmas, o que é ainda mais difícil. O aluno pode ter mais de um objetivo, como ter que escrever um artigo e apresenta-lo em um congresso, por exemplo. Neste caso faz-se necessário trabalhar a escrita, gramática, fala, pronúncia e também conversação. Conversação sim, porque este aluno estará em um congresso com participantes de todo o mundo (a apresentação é em inglês, lembra-se?) e terá que interagir com pessoas que normalmente falam a língua mãe e supostamente o inglês.
Mas voltando um pouquinho e para terminar, por que o professor camaleão se aplica principalmente aos iniciantes, podemos perguntar? Porque aquele professor com anos, décadas de experiência e dedicação, já possui seu “portfólio” completo, é indicado por vários ex-alunos, se for bom, claro, e dá aulas apenas da modalidade que mais o agrada ou menos dá trabalho. Sua hora/aula também é bem mais alta. E terminando, especialmente para quem está estudando inglês (e isto está na minha biografia): nunca diga que não fala inglês, diga que seu inglês é um “work in process”. Todos nós estamos sempre aprendendo algo.
Esse professor é nota 1000!!!