A DESCOBERTA DOS ISOMEROS

Com o advento da concepção atômica da matéria, os químicos passaram a tentar descobrir a composição atômica das substâncias que estudavam. Em 1823, o químico alemão Justus von Liebig (1803–1873), estudava uma classe de substâncias conhecidas como fulminatos. O fulminato de prata, por exemplo, possui uma molécula onde existem um átomo de cada um dos elementos: prata, carbono, nitrogênio e oxigênio.

Fórmula: AgCNO

No mesmo período, outro químico alemão Friedrich Wohler (1800–1882), estudava uma classe de substâncias conhecidas como isocianatos. E o isocianato de prata também apresenta uma molécula contendo um átomo de cada: de prata, carbono, nitrogênio e oxigênio.

Fórmula: AgCNO

Os dois químicos apresentaram seu trabalho para ser publicado em um jornal, do qual era editor Gay-Lussac.

Percebeu imediatamente que as fórmulas moleculares eram as mesmas, ainda que os compostos apresentassem propriedades totalmente diferentes.

Contou o acontecido para Berzelius, que preparou os dois compostos e viu que era verdade: mesma fórmula, propriedades diferentes. Berzelius referiu-se a esses gêmeos diferentes como isômeros palavra grega que significa,”partes iguais”.

Foi essa a primeira indicação de que a contagem dos átomos em uma molécula não era suficiente; era também necessário considerar-se a arrumação desses átomos. Quanto mais complicada a molécula, mais provável será a existência de numerosos isômeros. Como as moléculas dos tecidos vivos costumam ser muito mais complicadas do que as do mundo inanimado, o isomerismo tornou-se particularmente importante para os químicos orgânicos.

Fórmula estrutural do Isocianato de prata:  Ag¹⁺(O – C ≡ N)^1-

Fórmula estrutural do Fulminato de prata:   Ag¹⁺( N = C = O)^1-

Estas descobertas deram início ao estudo dos isomeros, originando a isomeria plana de posição; de função; de cadeia, metameria e tautomeria.