Objetos de prata têm um grande inconveniente: ficam escuros, oxidados com o passar do tempo. <br>Se os lavamos em uma bacia que contenha materiais metálicos menos nobres, eles escurecem como se sua nobreza não suportasse o contato com a “plebe”.
Como recuperá-los?
A coisa é simples; as receitas abundam, mas algumas não passam de boatos sem fundamento.
Tenha aqui a certeza da perfeita eficiência das duas receitas que se seguem:
Uma primeira possibilidade é a utilização da água oxigenada. De fato, a prata só fica preta porque está oxidada geralmente por causa do enxofre. O enxofre se liga à prata formando um composto insolúvel, o sulfeto de prata. A água oxigenada prossegue a oxidação, transformando o sulfeto insolúvel num sulfato de prata solúvel.
Reação provável:
Ag2S + 4H2O2 => Ag2SO4 + 4H2O
Uma segunda possibilidade, pouco mais complicada, é eficiente para os objetos banhados de prata: por eletrólise, dissocia-se o enxofre da prata e preserva-se assim o folheado de prata.
Na prática, recobre-se o fundo de uma caixa de plástico com uma folha de alumínio, acrescenta-se água quente e uma colher de sal de cozinha, depois deposita-se os objetos enegrecidos de tal maneira que fiquem em contato com o alumínio. Graças ao circuito elétrico composto pela solução condutora (o sal serve para tornar a água condutora), pelo alumínio e pela prata, ocorre a seguinte reação química:
3Ag2S + 2Al => 6Ag + Al2S3
O alumínio perde elétrons (se oxidam), que vão para os íons prata (Ag1+) se reduzir, transformando-os em prata metálica.
Na superfície dos objetos, a prata comprometida numa ligação com o enxofre capta estes elétrons, retoma a forma metal, ao passo que o enxofre é liberado na solução, migra para o alumínio e forma um sulfeto de alumínio.
Acelera-se o tratamento utilizando uma panela de alumínio com água fervente.
