Noções básicas da Língua Norueguesa
em 30 de Março de 2021
Em termos lingüísticos, geralmente dividem-se os dialetos do norueguês em quatro grandes grupos, mais ou menos homogêneos quanto à pronúncia, léxico e sintaxe. São eles: o Norueguês do oeste(Vestlandsk), falado na costa oeste tendo como principal centro a cidade de Bergen; o Norueguês do leste(Østlandsk), falado em Oslo e em volta do fiorde de mesmo nome; Norueguês do norte (Nordlandsk), falado no norte e tendo como principal centro a cidade de Tromsø; e o Norueguês do centro (Trøndersk), sendo o principal centro a cidade de Trondheim.
A língua norueguesa (norsk) é a única língua germânica com duas variantes oficiais: a neo-norueguesa (nynorsk) e a dano-norueguesa (bokmål), com mais de 4 milhões de falantes, incluindo 20.000 saamis (lapões) que são bilíngues. As duas línguas, a neo-norueguesa e a dano-norueguesa são línguas oficiais no país e todos os cidadãos têm o direito de receber qualquer solicitação ou contestação em qualquer das duas línguas.
No momento atual, 83% da população recebe sua educação primária em bokmål e 17% em nynorsk, ainda que estas diferenças aumentem em níveis educacionais mais elevados, nas forças armadas, publicações, etc. Os locais de predominância do nynorsk são distritos rurais no interior do sul da Noruega e, sobretudo nos distritos menos centralizados do oeste da Noruega.
Durante o período em que a língua dinamarquesa era a língua escrita da Noruega (1380-1814) a maior parte dos noruegueses falavam seus próprios dialetos locais e pronunciavam o dinamarquês usando seus próprios sons noruegueses. Por não haver normas para o norueguês, elas foram criadas a partir dos dialetos populares ou por meio de trocas graduais no dinamarquês normativo falado pelas classes educadas urbanas.
Como resultado, desenvolveram-se duas normas modernas: a neo-norueguesa estabelecida sobre a base dos dialetos locais pelo linguista e poeta Ivar Aasen em meados do século XIX e a dano-norueguesa que é a língua falada pela maioria da população.
A ideia original era a unificação das duas línguas (samnorsk), mas a realidade é que isso está longe de se tornar realidade, mesmo a situação atual sendo de coexistência pacífica entre ambas. Nesse sentido, a Noruega é um exemplo de tolerância linguística.
A escrita rúnica esteve em uso na Noruega desde pelo menos o século IV. A escrita rúnica se conservou até o século XVIII em comunidades arcaicas tais como em Oppdal (região vizinha à Suécia), ainda que no geral após o século XIV seu uso tenha sido bastante reduzido. Em 1599 surgiu um manual sueco de runologia, data a partir da qual a escrita rúnica poderia ser produto da tradição nativa ou da aprendizagem através dos livros.
Os escritores que utilizavam o pergaminho ou peles de animais durante o período do norueguês médio já usavam o alfabeto latino, que havia sido introduzido a partir da Inglaterra em algum momento em meados do século XI. O alfabeto norueguês moderno consta de 26 letras latinas padrão com mais três adicionais: æ, ø, å. O uso de sinais diacríticos é limitado.
As letras a, e, i, o, u, y, æ, ø, å representam vogais. As letras c, q, w, x, z só são utilizadas em alguns prenomes, sobrenomes de família e palavras de origem estrangeira. Os acentos agudo, grave e circunflexo podem ser utilizados para distinguir entre certos homógrafos, e também em palavras de origem estrangeira para assinalar a sílaba tónica ou preservar a grafia original. No entanto, são obrigatórios só em nomes. Aa e aa podem ocorrer em prenomes e apelidos em vez de Å e å.