Continente africano

Professor Paulo B.

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Respondeu há 4 anos

Melhor resposta

Essa foi a melhor resposta, escolhida pelo autor da dúvida

Ismael, 

Como você mesmo disse, a África não é um país. Então a sua pergunta é um pouco diferente. Mas entendi a questão.
Há varias possíveis respostas para esta pergunta. A tese que eu mais gostei está no livro Armas, Germes e Aço do Jared Diamond

Tem um documentário em inglês no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=dgGw8kZnJxE

 Trecho do livro Armas, Germes e Aço do Jared Diamond

"Ganhador do prêmio Pulitzer de 1998, JD é um biólogo, professor de fisiologia na Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles, cujo hobby de observação de pássaros e de estudo da origem de idiomas o levou à Nova Guiné, onde Yali, um político nativo, lhe perguntou porque os brancos produziam tanto “cargo” (produtos diversos) e nós, tão pouco? Historiadores já se propuseram responder a isso, tal como Arnold Toynbee. JD propõe uma resposta tão singela quanto original diante de uma ciência social contemporânea que privilegia enfocar aspectos mais abstratos de sistemas de poder e ideologias: o meio ambiente."

http://www.professores.uff.br/seleneherculano/wp-content/uploads/sites/149/2017/09/Resenha_de_Armas_germes_e_a%C3%A7o_2.pdf

Professora Angélica I.

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Respondeu há 4 anos

A questão biológica a que estamos nos referindo provavelmente deva ser a Eugenia, que já foi classificada como pseudociência. Onde se fabricam justificativas artificiais através da Biologia, como por exemplo, que certas características físicas ou biológicas de algumas etnias os levam à uma propensão genética à certos comportamentos ou hábitos inaceitáveis ao branco europeu. Isso é uma estratégia para que as pessoas comuns, ou seja, os demais cidadãos que não se beneficiam das atitudes exploradoras dos colonizadores europeus concordem e até financiem suas empreitadas.

O conceito de riqueza em muitas tribos africanas está quase que completamente oposto ao padrão ocidental ao qual nós brancos e amarelos temos. Simplificando, na filosofia de vida africana não é admissível que um membro de suas tribos tenha menos que os demais membros. Mas, existem ainda muitas tribos diferentes no continente africano atualmente, e nem todas compartilham do mesmo modo de vida. Portanto, o que para nós possa parecer riqueza, para muitas tribos africanas não faz sentido a acumulação de bens e capitais. Sendo assim, muitos se consideram ricos. 

Porém, se tu coloca como padrão de riqueza, o Ocidental, existem várias hipóteses para o atraso no desenvolvimento econômico do continente africano atualmente. Uma das principais são as consequências das ações perpetradas durante o processo de colonização. Na maioria do território africano, o recurso humano (escravos) foi retirado e enviado à outro continente sem nenhuma reparação. Riquezas naturais foram exploradas sem nenhum planejamento ou mesmo perspectiva de preservação das mesmas. 

Existem casos no período do Imperialismo ou alguns autores que chamam de Neocolonialismo no século XIX, em que no caso particular do Congo Belga, do Imperador Leopoldo II tinha como estratégia mutilar (arrancar as mãos) de escravos negros que não atingissem a meta de extração de marfim primeiramente e logo após por um tempo maior, a extração da borracha. Porém essas não são as únicas atrocidades dos períodos coloniais às quais as populações nativas do continente africano sofreram.

Também no mesmo período, diversas nações europeias, realizaram a Conferência de Berlim, onde dividiram o território do continente africano entre nações como a Bélgica, França, Espanha, Império Britânico, Portugal e Itália e em menor parcela a Alemanha. Temos de levar em consideração que essa partilha de territórios não levou em conta as particularidades de cada conjunto de tribos que viviam nesses territórios e que possuíam rivalidades históricas.

Ou seja, a partir do século XIX diversos povos ou tribos nativas do continente africano passaram por um segundo ciclo de colonialismo e ainda foram obrigadas a viver sob o mesmo território e sob controle político muitas vezes de grupos rivais. Essa situação gerou muitos conflitos sangrentos entre as etnias, sendo um fator que contribuiu para um menor desenvolvimento econômico do continente africano.