Sobre a existência de um ser superior

Professor João S.

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Respondeu há 1 mês

Me parece fazer sentido sua percepção sobre pessoas com melhor condição financeira. Fico feliz que esteja pensando sobre estes temas, mesmo não sendo uma pessoa religiosa! Refletir é essencial à vida.

Penso que seja de fato mais fácil acreditar que o universo é justo, que agir de acordo com a fé traz recompensas imediatas e que o bem sempre prevalece quando você está mais distante ou alheio aos problemas do mundo, por exemplo por não ter muito contato com a realidade dos mais pobres. Apenas tome cuidado para não reduzir a fé de outras pessoas a uma percepção errada ou enviesada sobre a realidade.

Também considere que a quantidade de pessoas religiosas nas camadas mais vulneráveis da população também é muito grande, o que podemos entender através do convívio com a família ou cultura, ou através da esperança: na verdade, crer em uma divindade boa e justa pode aliviar as dificuldades da vida, por levar você a acreditar que seu sofrimento será recompensado após a morte, que há um ser poderoso que o guarda dos maiores males (permitindo apenas os que você pode suportar) ou que suas dificuldades são provações para torná-lo mais forte ou testar sua fé, por exemplo.

Em resumo, a fé religiosa pode se sustentar em vários pilares, mas quando a comparamos com condição financeira, estes pontos podem nos fazer ver que é possível sustentar uma crença em um deus todo poderoso e justo, independente de sua classe social. Se quiser discutir isso mais a fundo, sinta-se a vontade para marcar um encontro gratuito aqui pela plataforma.

Professor Mateus C.

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Respondeu há 3 semanas

Olá! Primeiramente, muito ótima sua dúvida!

O seu ponto de vista sobre crer em uma divindade, devido a se ter uma vida boa, é de fato algo compreensivo, e é certo que muitas pessoas de fato creem em Deus por gratidão à não terem problemas nessa vida, mas é importante a gente se basear em umas coisas para discutir isso. 

Primeiro, é importante pensar que cerca de 70% da população brasileira se identifica com religiões de fundamento cristão (majoritamente os católicos e evangélicos), mas poderíamos dizer que todos esses 70% vivem sem dificuldades? Isso seria muito precipitado de se dizer, pois 70% da população vive com até dois salários minimos, uma quantidade que muitas vezes se mostra insuficiente para saciar todas as necessidades humanas. Se baseando nisso, podemos ver que muitas pessoas, ainda que recebam péssimos salários, creem em Deus. Nisso podemos ver uma leve contradição com o pensar que só quem acredita em Deus quem tem uma vida confortável.

Então o que leva uma pessoa a creer em Deus? Pensando principalmente nas religiões cristãs, podemos ver uma dominância social que impulsiona as pessoas a crerem nessa fé, pois o pensamento cristão é normalmente ensinado desde criança para as pessoas, e essas pessoas convivem com outros cristãos, e isso as leva a crer nisso, como certo comodismo no acatar o que já conhece como verdade. Nesse ponto, temos um fator social que leva à fé religiosa.

Mas, dentro da sociedade, as pessoas vivem vidas difíceis em sua maioria questionam isso, como você, que questinando o pensamento cristão acabou por discordar dele. Entretanto, muitas pessoas, ao questionarem sua situação, encontram consolo dentro da religião, como um refúgio para as dificuldades da vida. Nietzche, por exemplo, dizia que a religião é um refúgio para os fracos, que incapases de contornar as suas vidas difíceis se abrigam na esperança de que haja um Deus que o recompensará por todo o seu sofrimento e devoção na próxima vida, esta que, diferente da vida carnal, durará para sempre. Apesar das fortes paralvaras de Nietzsche, é importante de entender que a religião serve como consolo para muitas pessoas e de fato esse consolo que as permite crer nela.

Também temos o medo. Esse fator dispensa apresentação, pois, ao longo da história, o medo do inferno é constantemente utilizado pela igreja para manter muitas pessoas crendo em suas palavras, afinal, se você não crer nela, caso ela esteja certa, você pagara por sua descrença por toda a eternidade. Algumas igrejas não colocam mais o inferno como punição para não adeptor, chegam a dizer que até mesmo ateus irão pro céu, desde que sejam boas pessoas, mas o pensamento da condenação eterna para não adeptos foi uma linha de pensamento dominante na história e muito presente até hoje.

Espero que esse meu pequeno texto tenha lhe ajudado!

Fontes:

https://blog.toroinvestimentos.com.br/alta-renda/piramide-salarial-brasil/#:~:text=Uma%20pesquisa%20anterior%2C%20essa%20de,ganham%20até%20dois%20salários%20mínimos.

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c29r21r69j8o

NIETZSCHE, Friedrich. O Anti-Cristo.