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História Ensino Fundamental
O processo de globalização Mundial: avanços e resistências à agenda globalista.
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Luis Fernando perguntou há 4 anos

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Professor José J.
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Respondeu há 4 anos
Então, a ideia de globalização ela é muito complexa e envolve muitas variáveis e sua extensão no tempo é grande também. Podemos falar aqui de dois fenômenos que recebem o nome de globalização e que se interpenetram nos últimos 30 ou 40 anos. 1) o processo de integração e unificação da humanidade cujas origens estão na pré-história (a difusão gradual da agricultura e da pecuária, da metalurgia dos metais, da olaria, de determinadas técnicas de tecelagem, etc., são exemplos remotos do processo de globalização já em andamento. Esse processo de integração da humanidade foi muito intensificados nos últimos 250 anos por conta das conquistas técnicas das três revoluções industriais e do desenvolvimento das ciências modernas (naturais e humanas) e diversas revoluções culturais e filosóficas. 2) junto a esse processo, nos últimos séculos, há a expansão do colonialismo europeu e o seu herdeiro após a II Guerra Mundial, o imperialismo norte-americano. Essas expansões coloniais se aproveitam muito das conquistas da revolução industrial para impor e manter o seu domínio e criam complexos sistemas de inter-relação entre as diversas partes desses impérios bem como entre estes e as regiões externas conectadas a eles. No entanto, como são relações de poder, domínio e exploração, as populações submetidas são mantidas isoladas culturalmente em maior ou menor escala, pouco ou nada aproveitam das conquistas tecno-cientificas e culturais do seu tempo, sofrem processos desestruturante de empobrecimento e degradação física. Acabam preservando com isso relações sociais e aspectos culturais arcaicos vistos como características básicas de sua identidade por seus dominadores, pouco ou nenhum contato tem as vezes com populações de seus próprios territórios que vivem em zonas mais distantes. Desde a rendição da URSS (1987-1991) os EUA apareceram como a única superpotência mundial e subjugaram quase todo o planeta, a exceção de alguns países que são sitiados e hostilizados, além de terem aberto parcialmente a China para as suas multinacionais. Nesse cenário os vencedores, a elite dos EUA e seus sócios da burguesia britânica buscam organizar o mundo de acordo com os seus interesses: através do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial procuram desmontar os estados nacionais do Terceiro Mundo e dos países que pertenciam ao Bloco Socialista privatizando suas empresas públicas, desmontando seus serviços públicos, destruindo suas legislações sociais e trabalhistas, abrindo seu meu ambiente e riquezas minerais e energéticas para o saqueio das multinacionais, empobrecendo brutalmente suas populações e saqueando-as, desindustrializando uma parte desses (como Brasil e Argentina) e industrializando outros se promover desenvolvimento tecno-científico e transferência de conhecimento (Indonésia, Bangladesh, etc.) ou criando empresas que produzem bens para o mercado externo com pouco ou nenhum vinculo com a economia local (as chamadas "maquiladoras" no Haiti, El Salvador, norte do México, etc.), promovendo a abertura de suas economias para o capital financeiro que acaba sendo o verdadeiro senhor da vida social desses países ao dominá-los por meio do sistema da divida (mescla de dividas internas e externa de um país). Nesse processo até mesmo a maior parte das classes dominantes desses países perdem o seu poder e acaba sendo marginalizada. Dentro dos países capitalistas centrais ocorre o desmonte dos seus estados de bem estar social, destruição de suas classes médias, privatização de empresas publicas, mercantilização de todos os aspectos da vida, desindustrialização (para quebrar a classe média e a força da classe trabalhadora as empresas são transferidas para o exterior), degradação da sua cultura e meio de vida por parte da difusão da cultura mercantilizada e midiatizada da indústria cultural, usurpação do sufrágio universal por meio do controle dos partidos pelo dinheiro das corporações multinacionais e bancos, compra de lideranças sindicais, intelectuais e politicas de esquerda para enganar, controlar e degradar toda resistência as políticas do capital financeiro (conhecidas como neoliberalismo e sistematizadas no Consenso de Washington de 1989. Essas políticas encontraram resistência em várias partes do mundo e nas formas as mais variadas. Houve a resistência de países com regimes de tipo nacionalista e/ou socialista como Cuba, Líbia, Coreia do Norte, Iraque, Irã, Síria, Laos, Vietnã. Dentre esses houve governos que ou colaboravam com ações dos EUA ao redor do mundo para tentar negociar a sua independência (Irã e Síria, por exemplo), aqueles que buscavam negociar políticas capitalistas em suas economias para resistir e manter, em vários graus a sua independência, como foram os casos do Vietnã, Líbia (até 2011) e Iugoslávia. Houve países que emergiram e desafiaram a ordem "globalizada" anglo-americana, quer após uma série de levantes populares e/ou ações de militares nacionalistas (Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Equador) países cujos dirigentes, apoiados pela sociedade mudaram de posição (Zimbábue de Robert Mugabe), ou formaram governos a partir da reação nacionalista de grupos dentro do estado apoiados pela sua população (Bielorrússia e Rússia são exemplos). Também seu formou, especialmente no Ocidente, uma movimento anti-globalização (reunindo vários movimentos sociais, políticos e ecológicos) e que teve seu auge numa série de mobilizações (Seattle em 1999 foi a maior) e nos fóruns sociais mundiais (como os que ocorreram em Porto Alegre). A repressão que se seguiu no Ocidente aos atentados de 11 de setembro de 2001 diminuiu muito a sua força. Há o caso complexo e importante da China. Esse país, apesar de ter permitido as multinacionais entrarem em sua economia, estas não conseguiram comprar a sua classe dirigente numa escala capaz de derrubar o seu regime socialista, foram obrigadas a transferir tecnologia para ter acesso ao imenso mercado chinês, suas matérias-primas e mão de obra. Houve intensas lutas sociais e políticas dentro da China nos anos 90 e 2000 contra os efeitos ruins da entrada das multinacionais (começando pelas Zonas Econômicas Especiais na costa principalmente) que repercutiram em todas as instituições do país (incluindo o PC Chinês). Ao mesmo tempo, enormes programas de desenvolvimento levaram a um imenso desenvolvimento da infraestrutura, do sistema de pesquisa e universidades, de empresas públicas enormes (a maior parte da economia) desenvolvendo tecnologias de ponta, do desenvolvimento tecnológico (Tecnologia 5 G, exploração espacial, armamento de ponta como misseis supersônicos, aviões furtivos, etc.), do capital privado regulando pelo governo, fizeram com a China, crescendo sem parar desde 1980, praticamente chegasse à década de 2020 como a possível maior economia do mundo se for excluído o setor financeiro excessivamente grande dos EUA. Se junta a isso a grande reação da Rússia sobre o Partido Rússia Unida (nacionalista de centro) sobre a liderança de Vladimir Putin que desde 2000 recupera a economia, destrói muitas das máfias vinculadas ao capital financeiro e multinacional ocidental e submete aquelas mais vinculadas a um ideal nacionalista, recupera a população (estavam em grande declínio causado pelas politicas neoliberais dos anos 90 vindas dos EUA), eleva aos poucos o seu nível de vida e recupera a sua expectativa de vida (havia caído de 75 para 57 anos na década de 1990), recupera o poder militar (atualmente voltou a ter o maior e mais avançada forças armadas e armamentos nucleares), e se lança, aos poucos na recuperação da vanguarda tecnológica perdida com o fim da URSS, garante a unidade nacional (primeiro se afirmando como uma federação multinacional (mais de 150 povos vivem na Rússia) e multi-religiosa) e derrota os separatistas mafiosos-fundamentalistas sustentados pelos EUA, OTAN e monarquias do Golfo Pérsico na Segunda Guerra da Chechênia (1999-2004) que poderia ter separado todas as repúblicas do norte do Cáucaso da Federação Russa. China e Rússia desafiam seriamente a "globalização" anglo-americana no começo do século XXI que sofre vários abalos com a crise econômica de 2008 (a de 2001 tinha sido um antecipação em menor escala), a corrupção imensa e perda parcial da vanguarda tecnológica promovida pela financeirização da economia que lava a um descomunal desperdício de recursos material e financeiros, o fracasso das sucessivas guerras promovidas desde 2001 (Iraque, Afeganistão, Líbia, Somália, Iêmen, Síria, Líbano, etc.) que esgotam o poder militar dos EUA, além da persistência de governos nacionalistas distribuidores de renda como a Venezuela bolivariana e a Bolívia de Evo Morales, a mudança em curso de governos antes mais pró-americanos para a orbita russo-chinesa e uma economia mais mista (propriedade capitalista privada e publica mescladas, interagindo e seguindo um projeto do estado) como são os casos do Cazaquistão, Turquia, Egito, Tajiquistão, Uzbequistão, Mongólia, a continuidade da Cuba, Laos e Coreia do Norte socialistas (com forte poder simbólico e moral em suas respectivas regiões), o fracasso-até agora-, apesar das sanções, de se tentar um ataque dos EUA ao Irã (país fortemente ligado economicamente a China e militarmente a Rússia), etc., todos esses fatos anunciam o processo de decadência do poder anglo-americano no mundo e de sua "globalização". No meio disso tudo continua a ocorrer o processo de integração da humanidade (o bom uso das tecnologias de informação é um exemplo extremo desse processo) que vinha sendo severamente atrapalhado pela "globalização" financeira anglo-americana por meio do empobrecimento, regressão cultural e isolamento de muitas populações, divisão arbitraria do mundo em zonas excluídas e zonas conectadas, barreiras imensas a circulação das pessoas por todo o mundo (era mais fácil viajar pelo planeta nos anos da Guerra Fria entre EUA x URSS do que hoje), controles de todo tipo sobre a vida das pessoas em todos os aspectos por parte das grandes corporações e órgãos e governos controlados por elas, idiotização mental pela indústria cultural e as redes sociais controladas mais ou mau uso das atuais tecnologias de informação, promoção e financiamento intenso de fundamentalismo e extremismo de todo tipo para isolar e facilitar o domínio das populações pelas elites capitalistas dos EUA, Grão-Bretanha e países aliados.

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Professor Paulo C.
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Respondeu há 4 anos
A Globalização, em sua nova fase,pois, houve duas anteriores, se caracterizou pela expansão do capitalismo com o fim da Guerra Fria. Lugares que o capitalismo inexistia passa a dar lugar a empresas que antes ficavam nas regiões desenvolvidas. Além disso, com o avanço tecnológico, ficou mais fácil obter informações de modo rápido. Entretanto,a rede mundial de computadores agilizou esse processo "impondo" maneiras de pensar absolutas, como o caso do neoliberalismo, em que as privatizações deveriam ser aceitas sem questionamentos por parte da sociedade. Hoje a agenda global possuidora de temas relevantes como o ambiental, o econômico e o político, não é aceito por países como EUA, por exemplo, cujo governo se caracteriza pela antigo alização.

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Tenho experiência de 17 anos em docência. Sou professora de psicologia, filosofia, sociologia, história, neurociência e psicologia aplicada,