Narração
Por: Veronica Y.
29 de Junho de 2021

Narração

Como criar um personagem

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Não importa se ele é o protagonista ou coadjuvante da história, um bom personagem é fundamental. Ele não pode ser raso e precisa ser coerente e convincente para que a história tenha um bom andamento. Também não faz diferença se seu texto é narrado em primeira ou terceira pessoa, ou se é um narrador oculto.

Eu costumo criar meus personagens primeiro pensando no aspecto psicológico, mas depois faço um esquema, até para não me perder no meio da história. Principalmente quando existem muitos personagens, é bom ter um "resumo" para não cair em contradição. Gosto de organizar desta forma, em tabela:

Nome Idade Características físicas Características psicológicas Como se encaixa na história
         

Claro que depois fica uma bagunça, com setas puxadas para lá e para cá, mas a ideia é ter alguns pontos essenciais claros. Por exemplo, não dá para caracterizar alguém como experiente se ele tem 17 anos. Ou dizer que alguém é cego e depois que tem belos olhos. Não que não possa, mas não é muito coerente.

E a falta de coerência em um texto leva a uma sensação de "algo está errado". E é horrível ler alguma coisa assim.

A complexidade dos personagens também é algo que sempre precisa ser trabalhado. Já foi a época do herói 100% bom e do vilão 100% mau. Hoje, preferimos personagens mais reais, mais humanos, com muitos tons de cinza. Ninguém é branco ou preto. Por isto, os personagens podem, às vezes, ter atitudes e comportamentos "inesperados", assim como nós. Nestes casos, é preciso ter cuidado para não acabar caindo na incoerência. Alguns são meio "clássicos", por exemplo a pessoa que ama demais seu parceiro e mesmo sendo traída, continua com ele. Mas algumas situações não são tão compreensíveis assim.

Por exemplo, em Senhor dos Anéis, o Frodo tem um conflito enorme na hora de destruir o anel. Ele tinha feito toda aquela jornada só para isso, mas chegando lá não queria mais destruir nada. Se o personagem não fosse bem construído, seria incoerente - como assim ele passou por tudo aquilo e agora tá fazendo isso? Mas claro, não tem esse problema porque Tolkien conseguiu aprofundar o personagem, deixando-o mais complexo, de forma que não seja "estranho" quando ele faz coisas estranhas.

Portanto, é sempre bom trabalhar o perfil dos personagens e ao terminar, reler como alguém de fora. Meio complicado essa parte, às vezes, é melhor só pedir para outra pessoa ler para você e falar se faz sentido ou não. Porque para o escritor, o personagem é muito mais do que o que está escrito. Na construção dele, pensamos em vários aspectos que não são explicitados na história. Então nem sempre o que faz sentido para o escritor, faz sentido para o leitor. Por isso, lembre-se de conferir se faz sentido para o leitor!

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