Professor
José F.
Respondeu há 5 anos
Na verdade, não é exatamente "necessário" que haja um "equilíbrio" entre excitação/inibição no sistema nervoso. Essa questão é dependente do contexto, da área cerebral e da rede neural em questão. No entanto, em linhas gerais, qualquer excesso na excitação ou inibição no sistema nervoso central poderá gerar algum sintoma.
Para ficar mais claro, vamos considerar alguns exemplos práticos: A epilepsia é uma doença em que, em um determinado local do cérebro, um grupo de neurônios começa a disparar potenciais de ação em alta frequência, de forma que pode-se considerar a epilepsia como um aumento da excitabilidade neuronal. Isso gera convulsões e pode impactar em várias outras funções do sistema nervoso central, com memória por exemplo. Outro exemplo: quando se faz uso de um ansiolítico, tal como o clonazepam (Rivotril), o que essa droga faz é aumentar a inibição em todo o sistema nervoso central, de forma que várias funções são afetadas: há sonolência, dificuldade de raciocínio, menor tônus muscular etc.
Em homeostase, o sistema nervoso funciona com uma sistema inibitório quase sempre presente, de forma que, na necessidade de uma determinada ação por parte de uma determinada rede ou área cerebral, a inibição pode ser inibida e/ou uma excitação maior pode chegar a essa área e ultrapassar a inibição presente nela, de forma que o sistema garante que não haverá em nenhum momento nenhum excesso de inibição ou excitação. Contudo, é importante notar que, para que certas atividades sejam possíveis, o sistema nervoso permite um "desbalanço" temporário entre excitação e inibição. Caso contrário, não seria possível colocar em ação o sistema motor, por exemplo.