Olá, pessoal.
Por favor, gostaria de saber se, segundo o último acordo ortográfico, as palavras "poiesis" e "poietico" devem ou não ser acentuadas. Mesmo relendo as regras, fiquei com a dúvida.
Obrigada desde já!
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Pamela, veja:
"São acentuadas as paroxítonas (aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima) terminadas em i/is, us, r, l, x, n, um/uns, ão/ãos, ã/ãs, ps, on/ons: júri/júris, vírus, caráter, têxtil, tórax, hífen (hifens não tem acento), fórum/fóruns, órgão/órgãos, ímã/ímãs, bíceps, próton/prótons." (Secom Senado)
Portanto: poiésis.
Quanto a "poiético", é acentuada porque se acentuam todos as proparoxítonas - antepenúltima sílaba forte - em português: sábado, química, lógico etc.
Espero tê-la ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro.
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Sim, as palavras poiesis ou poieticos são acentuadas. Porque po-íe-sis, tem um hiato, ou seja duas vogais juntas na separação de sílabas, então continua o acento agudo.
Já a palavra po-ié-ti-co é acentuada por ser proparoxítona, ou seja, a sílaba mais forte é a antepenúltima, contando da última para a esquerda. E sim, todas as proparoxítonas continuam com acento.
De acordo com o último acordo ortográfico, as palavras "poiesis" e "poietico" não precisam de acento gráfico, pois não se enquadram em nenhuma das regras de acentuação vigentes.
Pamela,
É conveniente que se registre que tais vocábulos não constam do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) nem, por conseguinte, dos principais dicionários da língua portuguesa (Aulete, Aurélio, Houaiss e Sacconi).
A palavra poiesis é de origem grega e significa criação ou produção, ou, ainda, iluminação, segundo definição do filósofo Martin Heidegger.
O vocábulo poiesis pode ter dupla prosódia em português: poíesis ou poiêsis.
Marcello Eloy Mendes Spinola (UFES), em seu ensaio A Ontologia da Poíesise a Reflexão do Fundamento do Homem em Martin Heidegger, grafa o termo com proparoxítono, ou seja, com sílaba tônica na antepenúltima sílaba (“i”): poíesis (po-í-e-sis).
“A poíesis é um modo de desvelamento do Ser que propicia uma unidade analógica entre o poeta e o filósofo. É um retorno à iluminação das interpretações dos antigos filósofos gregos pré-socráticos, cujo pensamento fora descontinuado desde Platão.”
Já Adriana Santos Tabosa, em seu artigo As noções de práxis e poiêsis em Aristóteles, registra o termo como paroxítono, ou seja, com acento tônico e gráfico (circunflexo) no “e”: poiêsis. Essa grafia se mostra mais lógica e de mais fácil pronúncia, coadunando-se com os vocábulos paroxítonos terminados em “is”, do qual fazem parte, por exemplo, lápis, tênis, íris, cútis, grátis, oásis.
“Aristóteles introduz a distinção entre ação (práxis) e produção (poiêsis) no início da Ética a Nicômaco, citando uma observação dos fazeres humanos, ou dos fazeres contingentes nos quais o homem é o agente: ‘Observamos uma certa diferença entre os fins: alguns são atividades, outros são distintos das atividades em si mesmas’”.
Quanto ao adjetivo poiético, é, igualmente, de origem grega poietikós (derivado do nome poiesis) = inventivo, criativo, produtivo. De poiein = criar. Relativo à poiese, ou seja, ao processo criativo. Pelo latim poeticus.
Usa-se o termo poiético para enfatizar o radical grego da palavra que significa criação, fabricação, para distinguir de poético, palavra de origem latina cujo sentido se refere à poesia, à obra poética.
Segundo o professor, escritor e filósofo Mário Sérgio Cortella, etimologicamente, a palavra “trabalho” em latim é labor. Já o verbo trabalhar é originário do latim vulgar tripaliare, que significa ‘martirizar com o tripalium’ (instrumento de tortura). A ideia de tripalium aparecerá dentro do latim vulgar como sendo, de fato, forma de castigo. Mas a gente tem de substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de poiesis, que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo.
Sim, pois são paroxítonas
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