Oi Gabriel , tudo bem?
Você quer saber a rentabilidade do investimento, correto? Então o que você precisa achar é a taxa interna de retorno, ou seja, a TIR do seu fluxo de caixa.
Como você apontou muito bem, o tratamento da TIR com relação à inflação é fundamental.
Existem dois caminhos a serem seguidos: (1) cálcular a TIR nominal e depois descontar a inflação e (2) passar cada um dos movimentos de caixa (entradas ou saídas) a valores reais e calcular direto a TIR real. Em ambos os casos o mesmo resultado tem que dar o mesmo.
Vamos para o Primeiro [(1) cálcular a TIR nominal e depois descontar a inflação]:
Neste caso; você lança todos os movimentos de caixa nominalmente, observando o sinal (negativo para saídas de caixa e positivo para entradas) mas não se preocupa, no primeiro momento, em descontar a inflação. Ao fazer isso, você terá encontrado a TIR nominal. Agora sim, você desconta a inflação e para isso, basta somar 1 à TIR encontrada, dividir por 1 mais a inflação e, do resultado subtrair 1. Pronto, você terá encontrado a TIR real, ou seja, já descontada da inflação.
Note que calcular o valor da TIR não é uma conta trivial. A TIR é a taxa de desconto que zera o valor presente de todo o fluxo (fluxo que inclui investimentos, reinvestimentos e saques) e geralmente ela é obtida por cálculos interativos e, por isso, costumamos calculá-las na calculadora (a HP ajuda) ou por meio do Excel.
A outra maneira [ (2) passar cada um dos movimentos de caixa (entradas ou saídas) a valores reais e calcular direto a TIR real] funciona assim:
Inicialmente você desconta cada movimento de caixa da sua respectiva inflação acumulada desde o momento zero até a data do respectivo movimento (para isso você divide por 1 mais a inflação acumulada*). Em outras palavras, você está calculando inicialmente cada fluxo a valores reais (sem a inflação). Mas note que você ainda os mantêm como ocorridos ou a ocorrer nas suas respectivas datas (você só os está desinflacionando mas não os está passando a valor presente, o que só ocorreria se você os descontasse com base na taxa de retorno ou de desconto total do período, e não apenas na inflação)). A partir de cada valor desinflacionado (mas ainda nas suas respectivas datas) você calcula novamente a TIR. Pronto, agora, o que você terá obtido já será a TIR desinflacionada, ou seja, a TIR real.
*para acumular a inflação, some 1 à inflação de cada período a acumular, multiplique-as todas e depois subtraia 1 do resultado.
Sucesso,
Abraços,
GIS - Giants Shoulders